sábado, julho 07, 2007

Rosa dos Ventos

Vejo reportagem às dezenas nesta altura do ano na televisão, a falar do regresso dos emigrantes às suas terras de origem, bem dentro do nosso Portugal profundo. E então vejo as imagens de plena beleza e desertificação que o nosso interior tem.
E com isto não consigo deixar de pensar porque será que assim é? Porque será que o interior é um deserto humano, e o litoral um aglomerado intenso de gente?
Uma coisa que me vêm à cabeça é saloiísmo com que olhamos para a rosa dos ventos. Porque, convenhamos somos um excelente povo, mas ainda somos dados muito ao saloio.
Um português continua a ver um país dividido entre Norte e Sul, quando ainda não reparou que o mundo está divido em Este e Oeste. É do senso comum que o Sol nasce no oriente e põe-se no ocidente, portanto as pessoas que estão no mesmo fuso horário vêem o dia a nascer ao mesmo tempo e de igual forma para todos. O mundo sempre esteve dividido em Este e Oeste, e nós numa certa altura da nossa história tiramos grande partido disso, mas de alguma forma parece que nos esquecemos este forma de dividir o mundo, e de ao mesmo tempo juntá-lo.
As grandes rivalidades tecnológicas, o grande mercado bolsista, as grandes economias mundiais, regem-se pelas linhas laterais da rosa dos ventos. Só nós com as nossas inteligências raras não reparamos nisso.
E é graças a isto que continuamos o mesmo país dito atrasado, não conseguimos olhar para o país de forma conveniente. Pois temos um interior esquecido e há espera de ser descoberto e explorado, demo-nos tanto ao trabalho de descobrir novos mundo que nos esquecemos de olhar para dentro de nós mesmos.
E enquanto existir os esteriótipos de que os gajos do sul são queques, e o pessoal do norte são mal-educados, enquanto esta rivalidade subsistir, nada mudará, porque entre norte e sul nada de bom advém.
Os Estados Unidos tiveram uma guerra assim.
Como está dívida a Coreia?

Valete Frates