sábado, janeiro 31, 2009

Crescimento Separatista

Posso dizer que tive a felicidade de crescer quase sempre com o mesmo grupo de pessoas ao longo da minha adolescência. Um grupo de pessoas bastante diversas cada um com qualidades e defeitos que os tornavam não únicos, mas diferentes.
Mas alguns ficaram esquecidos ao ponto de eu já os cumprimentar na rua porque já nada tenho haver com eles. Foram pessoas que tomaram um rumo diferente desde de muito cedo e como isto foi numa altura pré-msn, pré-putos-de-12-anos-com-telemóveis e pré-morangos (sou mesmo um velhadas não sou?), as pessoas simplesmente perderam o contacto quase instantaneamente.
Todavia houve sempre um núcleo duro de colegas que foram mantendo ao longo dos anos. Com alguns desses cheguei a desenvolver fortes amizades, sendo que fomos ganhando alguma maturidade (muito pouca) juntos, partilhando ideias, experiências e as outras coisas normais para miúdos do secundário.
Depois veio a universidade e tudo descanbou. Fomos todos repartidos por várias universidades e localidades. Isto não tinha nada de mal, é a evolução natural das coisas, renovação da vida, mais experiências e vivências, e a distância seria uma barreira complicada, tirando o facto de todos continuarmos a morar na mesma terrinha minhota.
A distância sem dúvida que se criou mas não foi física como se esperava, foi emocional. De repente os momentos de convivência tornaram-se frios e distantes, medrosos e frívolos. É como se fossemos todos estranhos, como se ninguém se conhece-se. Temos receio de contar coisas que nos atormentam, segredos e medos. A confiança perdeu-se.
O novos amigos são muito mais interessantes, o pessoal da universidade é que é fora. Usam rastas, andam com t-shirt's do Che Guevara (ai, amado Che... reduzido a icone pop sem conteúdo...), fumam umas brocas, bebem até cair para o lado. Aliás as histórias de bebedeiras são do pior, são todas iguais e acabam sempre da mesma forma, com alguém a cair ou a vomitar as entranhas. Ó pá, não sou nenhum santo, eu também tenho as minhas, agora não faço delas um estandarte para todo o mundo saber quem eu sou.
Toda a gente passa a defender ideais diferentes, mas supreendentemente todos ocos e desprovidos de sentimento. Depois arranjam-se uns namoros, que normalmente são vistas como as melhores pessoas do mundo que no fundo, alguns, são umas grandes bestas,e...pronto acaba-se o curso e está na hora de se casar. Bora lá parir um par de pequenos e programá-los para se comportarem da mesma forma insensivel e deslocada do mundo que nós.
Eu sei, estou sempre a bater no mesmo, mas a verdade é essa. Nós os "jovens", perdemos o romantismo, o idealismo de ser jovem. Olhei em vossa volta e depois venham-me dizer o contrário. Se amigos conseguem tratar-se tão friamente e preocupar-se tão pouco uns com os outros, então é porque somos velhos ainda antes de sermos novos. Vamos morrendo por dentro cedo demais.
Valete Frates

sábado, janeiro 24, 2009

Aconteceu em... Dezembro 08

Isto está cada vez pior, falar de um mês de 2008 quando já estamos em pleno ano de 2009, bem, digamos que não abona em meu favor pois não?
Mas pronto, temos que manter um registo das coisas que se passaram senão não haveriam haveria história pois né? Ou será que sim?
Isso também não interresssa, o que interessa isso sim é que em Dezembro de 2008 o Benfica foi indecentemente roubado. Quero que isto fique escrito aqui e passado para uma acta qualquer, as pessoas no futuro têm que saber como era maltratada essa gloriosa e enorme instituição que é o Sport Lisboa e Benfica. Aqueles senhores com um apito estavam bem era no carnaval de Torres Vedras, junto daquelas brasileiras com carne gelatinosa.
O Cowboy Bush (ou Mr. Bush "Bang Bang", como diz o Sr. Chávez), ia levando com um par de sapatos na cara. Posso dizer que o presidente dos EUA tem uns reflexos muito acima da média, duas esquivadelas à verdadeiro boxeur. Sem dúvida o momento cómico do ano.
Para além disso foi crise, crise, crise e mais crise. Ninguém tem dinheiro mas os hotéis da Madeira encheram. Hmm, porque será? Será que a crise só atinge alguns? Eu acho que não, que todos passamos verdaeiras dificuldades, aliás acho que o governo deveria aprovar um plano de apoio a esses pobres coitados que não têm dinheiro para comprar calções de banho da Armani ou dinheiro para atestar as suas lanchas. Pobrezinhos passam tantas dificuldades, senão fosse o governo a investir nas suas empresas, ou a comprar os seus bancos eles até teriam que passar a passagem de ano no continente.
Para terminar as escolhas do costume:

Neste mês li:
Edgar Allan Poe - Histórias de Mistério e Imaginação
Colecção de contos do mestre da intriga e conto negro. Histórias de terror, de aventura, crimes e vinganças, capazes de conseguir prender uma pessoa a um livro, coisa rara nos dias de hoje. Bem mais interessante que a maior parte das séries da TV, onde somos capazes de mergulhar no medo e no lado mitologico do mundo de Poe. Recomendado para todos e mais alguns.



Neste mês vi:
Joe Strummer - A Alma dos Clash

Enorme é palavra certa para descrever este documentário. Com comentários do próprio Joe Strummer, é como se a narrativa fosse na primeira pessoa, uma espécie de auto-biografia.
A história de um verdadeiro cidadão do mundo. Nascido na Turquia, aos 10 anos já tinha percorrido meio mundo (México, Malawi...). Grande defensor dos ideais esquerdistas, um verdadeiro revolucionário dentro da música e fora dela. Com as suas letras ajudou a elevar o punk para o estatuto de música de intervenção social. Um homem com uma causa maior que a sua própria vida, que levava bastante a sério o mundo em que vivia, e por isso queria participar ao máximo na luta pela igualdade de todos os seus seres. Verdadeiramente inspirador.

Neste mês ouvi:
Rui Reininho - Companhia das Indias

No final de 2008, sai o à muito esperado disco a solo de Rui Reininho. E posso dizer que ele faz tudo menos desiludir. Ao ouvir o disco não dá para não reparar na imensa panóplia de sons, com a qual somos bombardeados ao longo das várias faixas. Temos de tudo: world music, eletrónica, pop, rock, blues... A maior parte dos ambientes sonoros foram criados por um convidado muito especial, o muito talentoso Armando Teixeira. Mas a lista de convidados também inclui nomes como Legendary Tigerman e Slimmy.
É um registo muito bom por parte do vocalista dos GNR, com uma qualidade muito acima do panorama pop-rock nacional.

Valete Frates

The Strokes - You Only Live Once

Quem gosta muito, mas mesmo muito dos Strokes?
Para vocês é este vídeo, já estava para o pôr por estas banda à muito, muito tempo atrás, e vá-se lá saber porquê foi ficando esquecido.
Vídeo muito engraçado, com casacos ao xadrez (literalmente) e uma mistela negra que se alguém souber aquilo que é agradeço muito.
Divirtam-se, porque só se vive uma vez (frase super-cliché, pior que esta só mesmo "Carpe Diem").

Valete Frates

Back in Business

Meninos e meninas, senhores e senhoritas, estou de volta!
Finalmente um pouco de tempo para acalmar um bocado, e também vontade para vir meter mais um pouco de fastio para a Senhoríssima Blogoesfera.
Pois é foi díficil e tortuoso o caminho que me trouxe de volta mas cá estou. Entre a universidade, a preguiça e a falta de inspiração, muitos foram os motivos que me afastaram, mas agora cà estou eu.
Espero que o regresso seja durante algum tempo.
Valete Frates