quarta-feira, abril 30, 2008

7 Bandas - The Doors









"I'm the lizzard king, I can do anything..."

Famosas palavras proferidas pelo homem que graças a elas ficou conhecido pelo Rei Lagarto. Falo, claro está, de Jim Morrison, uma das personagens mais carismáticas do século passado, uma voz que marcou "A Geração". A história dos Doors confunde-se um pouco com a do seu vocalista. Aliás isto acontece sempre que uma banda tem um lider com uma personalidade bastante vincada e forte. O lider da banda deixa de ter vida a partir de um determinado momento, passando a ser uma verdadeira lenda. Vamos então contar a história desta banda, recheada de poesia, sexo, drogas, rock n' roll, mitos, e até teorias da conspiração...

Jim Morrison era um estudante de cinema na Universidade da Califórnia. Um jovem impressionado com histórias místicas, psicadelismo, e poesia (essencialmente William Blake). Certo dia num encontro com o seu amigo Ray Mazarek, decide mostrar-lhe os seus poemas. A qualidade da sua escrita impressiona o seu amigo e ambos decidem então formar um banda. A estes juntaram-se John Densmore e Robby Kruger amigos de Ray.
Decidem chamar à sua banda The Doors, vão buscar referência a um livro de poesia de Aldous Huxley "The Doors of Perception", que por sua vez tinha retirado o título a um verso da poesia de Blake que dizia:
"Se as portas da percepção estevessem abertas, tudo parecia ao homem assim como é: infinito."
A banda adoptou uma forma de trabalhar com base no colectivo, Mazarek e Densmore tratavam da parte musical e ritmica, e Kruger e Morrison escrivam as letras, se bem que a maior parte das letras eram escritas por Morrison.
A banda começa a actuar em pequenos bares de LA, mas depressa se destaca muito graças ao animal de placo que Jim Morrison se começa a demonstrar. E em 1967 sai o primeiro com o título The Doors.

Provavelmete este foi um dos melhores disco de estreia da história da música. Nunca nada tinha soado tão fresco, tão diferente, tão inteligente, tão sexual e claro tão polémico. À primeira audição deste disco logo duas coisas se destacam: a impressionante voz e líricismo de Morrison, e os teclados sonhadores, psicadélicos e com uma pitada de flamenco de Mazarek.
Muito se pode dizer da música, pois ela tem de tudo um pouco. Tem rock, tem psicadelismo, tem flamenco, tem morte, tem sexo. Tudo misturado dá origem a um som que mais ninguém tem, teve ou terá. Dá origem ao som caracteristico dos Doors, dos sons mais inconfundiveis da história. Este disco tem músicas rock tão simples como Break on Trough, tem músicas ácidas como Light My Fire, e outras inclassificaveis recheadas de morte, psicologia e drogas como The End. Depressa estas canções se tornaram hinos para uma juventude com sangue na guelra, disposta a contrariar a sociedade e revolucinar o mundo. Foi uma época que mudou a América e o mundo para sempre. Depois deste disco os Doors colocaram-se no epicentro de todo este movimento contra-cultura.

Com o sucesso adquirido com o primeiro disco, os Doors tornaram-se o centro das atenções. Jim Morrison era convidado para todas as festas e discotecas, mas apenas comparecia se todos os elementos da banda fossem convidados. Aliás a amizade que Jim tinha pelos seus colegas de banda sempre foi grande, apesar de algumas quezílias no início (principalmente com Kruger), Jim sempre lhes disse:"o que seria eu sem vocês?"
Os seguintes discos embora bons não conseguem atingir o nível do primeiro, extraem-se bons singles mas pouco mais. Albuns como Strange Days, Waiting for The Sun e The Soft Parade perdem-se um bocado na história ficando apenas na memória alguns excelentes singles.
Até que em 1970 sai Morrison Hotel, para recolocar a banda no foco. Retirado de algum experimentalismo dos LP's anteriores e acrescentado um pouco de blues o album foi um verdadeiro sucesso.
Um depois sai L.A. Woman o último albúm, onde os blues dominam por completo. Nota-se uma espécie de redenção em Morrison que muda o visual. Deixa crescer a barba e engorda alguns quilos. Nota-se nas letras verdadeiros apelos e orações para exorcisar demónios, mais própriamente as drogas que o consumiram por completo entre o primeiro disco e este último. Afasta de si os títulos de Xamã Sexual de outros tempos. Enche-se da fama de tudo que ela transporta. Durante muitos anos Morrison levou um estilo de vida destrutivo e alienado, e finalmente fartou-se disso tudo. Especial atenção para a música Riders on the Storm que encerra o albúm, muitas destas coisas aparecem lá explicadas.
Depois de lançado o disco Morrison parte para Paris com a mulher e com o intuito de escrever poesia. Lá recupera o vício da bebida, a morte não tardaria.
A 3 de Julho de 1971 o corpo de Jim Morrison foi encontrado na banheira, tinha apenas 27 anos. A "causa oficial" da morte foi ataque cardíaco, embora isto tenha gerado uma série de teorias de conspiração. Nunca foi feita nenhuma autópsia. Suspeitava-se de overdose de heroina embora Morrison nunca tenha sido consumidor dessa droga, ao contrário da sua namorada. Chegou-se a especular de conspiração governamental, sendo que o próprio Morrison referiu que seria o terceiro a morrer sobre "circunstâncias" suspeitas, após Jimmi Hendrix e Janis Joplin.
O seu corpo foi enterrado num cemitério de Paris.

Ainda hoje os Doors tocam com restantes menbros da banda ainda activos, mas a aura da banda desapareceu com Morrison. Recordam-se poemas, músicas e histórias, e este é o seu legado para toda a gente incomformada e inconformista. Deixo aqui uma das letras mais belas e famosas do Sr. Morrison, que embora ele tenha dito que não tem um significado específico, aquela última estrofe explicará muito.


The Doors - Moonlight Drive


Let's swim to the moon, uh huh
Let's climb through the tide
Penetrate the evening
That the city sleeps to hide
Let's swim out tonight, love
It's our turn to try
Parked beside the ocean
On our moonlight drive

Let's swim to the moon, uh huh
Let's climb through the tide
Surrender to the waiting worlds
That lap against our side
Nothin' left open
And no time to decide
We've stepped into a river
On our moonlight drive

Let's swim to the moon
Let's climb through the tide
You reach your hand to hold me
But I can't be your guide
Easy, I love you
As I watch you glide
Falling through wet forests
On our moonlight drive, baby
Moonlight drive


Come on, baby, gonna take a little ride
Down, down by the ocean side
Gonna get real close
Get real tight
Baby gonna drown tonight
Goin' down, down, down


Valete Frates

terça-feira, abril 29, 2008

Foto #6


"I saw it written and I saw it say
Pink moon is on it's way
And none of you stand so tall
Pink moon gonna get you all
It's a pink moon
It's a pink, pink, pink, pink, pink moon."

Nick Drake - Pink Moon


Mais uma homenagem, desta vez ao pintor das palavras e mago da viola, Nick Drake. Mais um que partiu cedo demais mas que mesmo assim deixou um verdadeiro culto de fãs e histórias tão belas assim como estranhas. Saudações para o outro lado, o lado eterno da vida.
Valete Frates

domingo, abril 27, 2008

Sonhando com a Perfeição

Eu hoje tive uma visão, que veio num sonho. O mundo era muito melhor se logo que iniciamos a nossa vida toda ela fosse pré-determinada.
Não falo de destino, falo de uma coisa mais da espécie de um guião. Numa forma muito resumida passo a explicar...
Imaginemos que toda a gente tinha as suas chances de vingar, o que faziam delas era com elas. Tudo era determinado: o tipo de trabalho que iriamos ter, a formação profissional que poderiamos atingir, a pessoa pela qual nos apaixonariamos; tudo como série de objetivos, de metas que deveriam ser atingidas, e todas elas coordenadas de acordo com os nossos gostos.
Com isto poderiamos delinear a nossa vida, decidir quanto tempo deveriamos e poderiamos dispensar em fazer cada uma dessas coisas. Todos garantiam uma oportunidade de vingar na vida, e de conseguir ser alguém, já que o nosso "guião" seria feito de acordo com todos os nossos gostos e sonhos.
Na altura isto pareceu-me uma premonição, como se Alguém me estivesse a querer dizer alguma coisa.
Senti-me iluminado. Pareceu-me tudo tão certo, tudo tão belo, tão preto no branco que a primeira coisa que pensei quando acordei foi pensar que alguém já devia ter pensado nisto. Tudo me pareceu tão óbvio que só conseguia pensar que alguém deve ter tido o mesmo impulso que eu tive.
Mas depois o efeito do meu sonho foi desvanecendo, já que depois de uma melhor consideração reparei que tal ideia iria retirar alguma liberdade às pessoas, toda a vida seria uma constante luta para atingir objectivos, e se esses objectivos não fossem atingidos, no final, só nos poderiamos culpar a nós mesmos. Tudo poderia ser perfeito demais e no final acabaria por se auto-destruir.
A minha visão de uma utopia, impossível de realizar, todavia ensinou-me algo. Mostrou-me o caminho de que como algumas coisas podem ser mudadas, como as vidas podem ser melhoradas.
A busca pela perfeição é algo que todos devemos procurar, contando que nunca consigamos atingi-la.
Valete Frates

sexta-feira, abril 25, 2008

Cravos vermelhos de Abril

Faz hoje 34 anos que se escreveu, a meu ver a mais bela página do século XX Português. Sim porque convenhamos que em quase 900 anos de história (1143-2008), o século XX não foi dos melhores.Com excepção de Fátima, a Amália, o Eusébio e da Revolução dos Cravos, o resto foi algo muito fraquinho.
Passando levemente os olhos pela história vemos um rei incompetente e cobarde que tivemos no início do século, seguido de uma 1ª Républica frágil e confusa onde todos queriam mandar. Esta situação foi aproveitada pelos militares que, com sede de poder, tomam conta do país e onde emerge uma figura autoritária e tirana, que governa o país durante décadas e que causou ondas de choque que ainda hoje sentimos. E por último temos a 2ª República que depois de um início muito prometedor (ou não), com figuras políticas verdadeiramente carismáticas e com vontade de executar as enormes tarefas que um fim da ditadura significava, mas que com o passar dos anos foram substituidas por umas figuras amorfas, e incapazes, que parece que ainda aproveitam a ignorância de um povo para fazer e dizer aquilo que lhes dá na real gana.
Sim, evoluimos em 34 anos, o problema é que podiamos ter evoluido muito mais. Mas nem tudo é mau, temos democracia e liberdade para sermos aquilo que quisermos ser e dizer aquilo que queremos dizer, e talvez seja isso que torna o estado actual do país um pouco mais toleravél.
Perceba-se que com isto não estou falar mal do governo, porque até acho que estão a fazer um bom trabalho, com alguns erros certo, mas de um ponto de vista geral um bom trabalho. Falo da classe politica em geral, recheada de incapazes porque os capazes decidiram tomar o lado de fora da barricada, enchendo os bolsos no privado ou enchendo o prestigio na TV. Por isso situações como a actual do PSD me satisfazem. Por favor não me entendam mal, nada de mal desejo ao PSD, ou por outro lado estou muito muito longe de ser militante do partido, só que acho que nada pode representar melhor a democracia do que haver muitos candidatos, todos com ideias diferentes de como as coisas devem ser feitas, combatendo e debatendo por um único lugar. É assim que se escolhem os mais fortes, selecção natural, e se há sítio onde queremos ter mesmo os mais fortes é na politica e nas pessoas que vão tomar as decisões de relevo para o nosso país. Assim se constroiem democracias fortes e consequentemente países fortes (vejam o exemplo dos EUA). Melhores politicos são necessários, é preciso alguém que pelo menos num dia como o de hoje vá para a assembleia da República e não fale do trabalho do governo. Políticos que não aproveitem o tema do 25 de Abril para dizer que liberdade é demografia, tratados de Lisboa, histórias sobre returnados, urgências a fechar, e quem diria para a bancada do PSD acha que o estado económico do país é a liberdade que o 25 de Abril representa!
Precisamos de alguém que veja o óbvio, que diga que a liberdade é...liberdade. Nada menos que isso, nada mais que isso. Que agradeça aos capitães de Abril (como ainda ouvi alguém da bancada do PS dizer), que fale do Zeca Afonso, que fale das lutas pré-revolução, das manifestações estudantis, dos exílios, dos presos politicos, e que por último veja a beleza da nossa revolução. Sim, porque a ditadura foi deposta sem ser disparado um único tiro, houve cravos nos barris das armas, houve alegria, houve fratenidade, houve amor. Foi provavelmente a mais bela revolução que alguma vez se deu em todo o mundo, e a coisa mais civilizada que jamais aconteceu em Portugal.
E mais importante, é que o povo se lembre da liberdade que tem, de todos as possibilades que tem, de todas as coisas que podem fazer agora, no fundo que dêem o valor à Revolução de Abril, e não tomem as coisas como certas agradecendo e lembrando quem lutou para que hoje possamos fazer estas coisas. é o mínimo que podemos fazer.
Um muito sentido Valete Frates para vocês todos, meus irmãos...

quinta-feira, abril 24, 2008

Portugal, Futebol, Bob Dylan...Galp !?

Eu adoro futebol, eu adoro Portugal, eu adoro Bob Dylan, quanto à Galp e à sua publicidade (salvo a menina do gás) a minha opinião muda um bocado. Digo isto pois pegou em todas as coisas que adoro e transformou neste anúncio. Deixo aqui o vídeo para tirarem as vossas próprias elações sobre o anúncio em questão. Não quero influenciar a vossa opinião com a minha retórica.

Valete Frates

terça-feira, abril 22, 2008

Gucci by Gucci by David Lynch

Em mais um momento consumista, coloco um anúncio realizado pelo muito querido David Lynch. A música é dos também adorados Blondie. Quanto ao perfume...bem...isso não interessa muito pois não?

Valate Frates

sábado, abril 19, 2008

OZ - Augustus - Parte III (Morte)

Um dos momentos mais trágicos da série. Perdeu-se o único prisioneiro pelo qual toda a gente nutria respeito, por ser única e exclusivamente ele mesmo.
Valete Frates

OZ - Augustus - Parte II (História de Orféu)

Sempre foi uma história que gostei muito a de Orféu. A primeira vez que me lembro de a ouvir completa foi ligada a Miguel Torga, o Orféu rebelde. Portanto fica aqui o final da histótia contada por Augustus com alguns pormenores e ligações.


Valete Frates

quarta-feira, abril 16, 2008

Foto #5

Soldado Alemão da 2ª Guerra Mundial

"I don't have to sell my soul
He's already in me
I don't need to sell my soul
He's already in me
I wanna be adored
I wanna be adored"

Stone Roses - I Wanna be adored

Valete Frates

terça-feira, abril 15, 2008

OZ - Augustus - Parte I

Agora toma o lugar Augustus Hill, o "narrador" da série. Com os seus pequenos espaços por entre cada episódio, conseguia, expôr os factos, fazer crítica social, narrar o episódio e no fim ainda conseguia pôr o espectador a pensar.
Fazia tudo isto através de momentos da história, uma lógica simplista e uma linguagem fácil. A série merece ser vista só para ver aquilo que ele tem para dizer, e o vídeo que vou colocar é uma pequeníssima amostra (como para todas as outras personagens) da sua complexidade.
Neste vídeo vemos uma das suas teorias sobre Deus.


Valete Frates

domingo, abril 13, 2008

OZ - Adebisi - Parte III (A redenção)

Para finalizar esta pequeníssma amostra da personagem Adebisi, mostro o momento da sua redenção. O momento em que ele mostra o seu lado humano e muda para sempre a sua forma de ver as coisas. Finalmente obtém algumas respostas; compreende quem é e de onde vem...só lhe falta saber para onde vai.


Valete Frates

OZ - Adebisi - Parte II (O lado humano)

Adebisi descobre um lado humano através do passado africano.

Valete Frates

Arte e a Vida (Parte 2)

Ontem de tarde deixei um texto, explicando a minha falta de inspiração para escrever neste blog. Passadas umas escassas horas não consigo parar. Coisa estranha a inspiração não?
O texto que deixei anteriormente relacionado com este tema deve-se à noite que tive hoje. Lembro-me de alguns tempos ter dito que não falaria mais de merdices e coisas relacionadas com pormenores da minha vida pessoal. Todavia penso que devo criar uma excepção agora para que possam ver a forma como vi a minha noite.

Hoje, senti-me verdadeiramente como uma personagem qualquer de um livro, no qual tudo é detalhado e tudo é vivido intensamente e de uma forma bela. Esta noite posso dizer que a minha vida imitou a arte. Imitou a literatura.
Primeiro compreendi finalmente que as únicas pessoas que conseguem perceber e entusiasmar-se com as ideias que eu tenho sobre a vida e o mundo residem no mesmo apartamento que eu. Estas pessoas são os meus pais, que são dotados de uma sabedoria e de uma capacidade superior à de todos os meus amigos juntos. Compreendem o mundo, e os seus truques como ninguém. São as pessoas mais estimulantes que eu conheço. Fica-se com uma sensação de parvoíce quando se encontra aquilo que queremos tão perto, depois de ter percorrido tantos caminhos e só ter encontrado becos sem saída.
Depois de a conversa se ter prolongado por algumas horas, fui-me encontrar com uma das minhas pessoas favoritas. Todas as suas conversas me interessam. Quando não é por aquilo que ela diz, é pela forma como ela diz, é pela forma que sorri quando diz, que me deixam imensamente feliz. Que pessoa tão alegre e atenta. A própria fisionomia dela me faz lembrar Celine, personagem de outras histórias... Ela é a coisa que mais me arrependo de nunca ter concretizado, não comprendo como duas conseguiram ter tanta empatia mutuamente e nunca terem manifestado no tempo certo...Jogos de Fado. Embora não compreendendo a nossa situação actual, aceito-a, respeito-a, e lido com ela, pois se é só isto que ela pode ser para mim então que seja. Não me interessa que outros tenham o seu coração, o seu corpo ou o seu espirito; eu já me contento com um pouquinho da sua mente, desde que ela continue a sorrir, mantendo-me assim feliz sempre que a vejo. E foi nisto que pensei em quase todos os momentos em que ela me contava histórias de rir, sem sequer imaginar no que estava eu a pensar.
Depois de ela ter partido, fui procurar amigos para conviver um bocado. Sorte a minha não os encontrei, pois aí tomei a melhor decisão da noite...Fui passear pela minha pequena cidade com uma boa proporção urbana. E como a noite a torna bonita.
Passear pela calçada molhada, vendo as folhas primaveris viçosas; procurando pequenos becos escondidos e encontrando verdadeiros matos urbanos, passando pelas ruas antigas, tomando o meu tempo, com calma, desfrutando. Encontrando a vida da noite urbana e alguns passos mais à frente dar de caras com um silêncio ancestral. Vi montras de lojas bizarras, vi sombras esquisitas, mas sempre sem medo, a cidade protegia-me. Arrepiei-me em frente a igrejas e admirei estátuas de Santos e jardins. Senti o aroma fresco das japoneiras húmidas e o cheiro a cigarrilhas vindas dos homens que estavam nos cafés entreabertos. Enquanto bailava com o meu guarda-chuva juro que ouvi guitarras naquelas casas em que não vive ninguém. Passei pela opulência de certas residências citadinas e pelo pedinchar dos pobres de espírito. Quando voltava passei pelas forças da ordem que mantinham a segurança à entrada desta minha cidade, que visitei em apenas 45 minutos e com a qual fiquei impressionado.
Quando cheguei a casa ainda excitado por tudo o que tinha visto e sentido nesta noite, senti o cheiro romântico das rosas que a minha mãe tinha colocado de tarde num jarro da nossa sala.
Inspirado por isto tudo decidi escrever aquilo que estão a ler agora, desfrutando um chocolate e ouvindo as magníficas composições de Jean Michelle Jarre tiradas de Oxygene, seguidas pelas baladas blues da Nina Simone.
E o mais impressionante, é que tudo isto e mais alguma coisa foi verdade. Não foi tirado da minha imaginação, embora a mim me pareça que possa ter sido tirado de um livro.
Por isso estou contente e inspirado. A minha vida, nem que seja por uma noite, imitou deveras a arte, mostrando alegrias, desilusões, políticas, ideologias, diferenças, essências, visões, sabores, etc. Esta noite vi-me um artista e sei que ninguém me pode tirar isso.
Agora vou dormir para sonhar com aquilo que vivi.

Valete Frates

OZ - Adebisi - Parte I (Apresentando Adebisi)

O "África", o rei da violência, o maior cérebro criminal da série.

Valete Frates

Arte e a Vida (Parte 1)

(Ikebana)
A arte e a vida na minha opinião são dois conceitos que se fundem e confundem com uma enorme facilidade. Antigamente, por épocas bem dispersas da humanidade, como nos tempos da Grécia antiga, passando pelo Renascimentoe até mesmo os anos de ouro de Hollywood, entre outros; dizia-se uma coisa em comum: a vida devia imitar a arte.
Ora nos últimos anos este lindíssimo e maravilhoso conceito foi-se perdendo, e os papeis inverteram-se. Hoje a arte imita a vida, hoje a "arte" é a vida. Para termos exemplos disso basta ligarmos a TV cheia de TV Realidade, ou irmos ao cinema para ver o último filme da Soraia Chaves, ou mesmo ir até a um café para ouvirmos música que é igual aquele som que fazemos quando estamos doentes da barriga.
Felizmente ainda há verdadeira arte, infelizmente não está ao alcance de todos, quer financeiramente, quer intelectualmente. Ambos os casos devemos culpar o governo, porque em primeiro lugar coloca impostos elevados na arte "imediata" e de fácil acesso (livros, filmes, música); e em segundo lugar e numa altura em que tanto se discute da "falta de educação" dos alunos portugueses (eu pelo menos acho estúpido só terem reparado numa coisa como o "Carolina Micaelis", 15 anos ou mais depois desse tipo de situações e ainda piores terem começado a acontecer), é triste ver que ainda não temos qualquer tipo de verdadeira formação artística no ensino obrigatório. Sim porque os miúdos as únicas coisas que aprendem é a fazer barulho com as flautas nas aulas de "Música" e a pintar dentro dos quadradinhos nas aulas de "Educação Visual", o mesmo se aplica nas aulas de Educação Física, mas isso é uma luta para outros dias...
Não seria bom tornar essas duas disciplinas artísticas em algo de concreto?
Ensinar aos miúdos um pouco da história da música? Desde os homens primitivos aos Beatles. Ensinar, mas ensinar de verdade a tocar um instrumento? Cada um escolheria o seu predilecto.
Ensinar a história da arte visual passando por todas as suas ramificações, pintura, escultura, cinema, fotografia....?
Ensinar as crianças a expressar coisas que sentem, para as quais ainda não conhecem ou não existem palavras que consigam descrever?
E, mais importante que tudo ensinar as jovens mentes da amanhã a apreciar arte?
Já me acusaram de ser demasiado utópico, de sonhar com sociedades perfeitas e de estar desligado do que é a realidade. Mas onde está a utopia de querer tirar a estupidez e a ignorância do futuro do nosso país? De querer, que as pessoas ambicionem mais que a existência, querer que eles desejem a vida ou até a imortalidade? Como queremos ter génios, se não os criamos? Se não for mais nada uma coisa garanto, pelo menos os casos de indisciplina iriam diminuir, porque os jovens em vez de estarem a fazer o que não devem, estariam a fazer algo de construtivo.
Mais uma vez digo, arte e a vida são conceitos semelhantes, sinónimos. Para alguém poder afirmar que vive tem que admirar um pouco a arte mesmo que não a perceba na sua totalidade. Vou ser sincero com quem quer que um dia vá ler este texto. Fora falsas humildades, sinto ao escrever estas palavras que estou a escrever uma das melhores páginas deste blog. Isso enche-me de um grande orgulho, e de uma tristeza ainda maior, pois sei que quem ler isto, quer goste ou não, vai cair na mesma indiferência que tinha antes de começar a ler. Todavia se conseguir que alguém, nem que seja uma única pessoa, consiga despertar para uma nova forma de ver a vida, por favor, partilhe este texto e deixe-me um comentário, pois nada pode insuflar-me mais com alegria e esperança do que tal simples mensagem.
Por último gostaria de partilhar convosco umas frases, da série de Anime Trigun, que lá por ser desenhos animados isso não significa que não tenham um excelente conteúdo:
"Ninguém tem o direito de tirar a vida a ninguém. Pois ao tirar-lhe a vida está-lhe a tirar o Futuro..."
Não me querendo alongar mais e correndo o risco de me tornar repetitivo. A vida é a arte e a arte é a vida.

Valete Frates

sábado, abril 12, 2008

OZ - Motim

Não ando com muita vondate de escrever como já devem ter reparado. Não é necessariamente por perguiça, ando só a assimilar algumas ideias.
Sendo assim acho que é uma boa altura para partilhar alguns vídeos de uma das minhas séries favoritas, OZ. Histórias sobre a prisão, a vida, a morte, o amor, a tristeza e de quase todas as sensações que um ser humano pode ter.
Vou colocar aqui os vídeos de algumas personagens das quais gostei mais. Os vídeos às vezes podem parecer um bocado fora de contexto mas onde a ideia principal deve dar para compreender. Havendo dúvidas podem sempre ver a série que ainda está a passar na SIC Radical, ou perguntar.

Valete Frates

quarta-feira, abril 09, 2008

Foto #4


"Julia, Julia, oceanchild, calls me
So I sing a song of love, Julia
Julia, seashell eyes, windy smile, calls me
So I sing a song of love, Julia..."

The Beatles - Julia

Tributo a uma das melhores séries de sempre, e tributo especial a uma das suas personagens mais misteriosas (e todas elas são um pouco), Julia.

Valete Fartes,
See you Space Cowboy...