Quando foi que nos começamos a importar com datas, coisas, pessoas, lugares que não importam para nada?
Será que preciso de um dia marcado no calendário para oferecer flores à minha mais que tudo?
Porque procuramos sempre o grandioso, o barulhento, aquilo que no fundo dá nas vistas e fica na retina das pessoas? Ao invés, muitas vezes negligenciamos o intimo, o pequeno e o profundo, esquecendo no fundo que o outro é uma pessoa tal e qual nós, com as mesmas inseguranças, com os mesmos medos e receios. No fundo, porque ligamos cada vez menos para os sentimentos dos outros? Porque somos cada vez mais egoístas emocionais?
São marcas da vida moderna, alguns iluminados poderam afirmar. Talvez, mas eu penso que tem haver mais com a condição humana, com a necessidade de ver para acreditar, com a necessidade de sentir, de experimentar. Até tal acontecer nunca poderemos compreender as razões que leva alguém a matar para poder sobreviver, roubar para alimentar a continuação da vida para além da morte, e outras questões pertinentes. Outras por vezes nem tanto.
O que eu quero dizer é que por muitas palavras bonitas, por muitos pensamentos profundos e conselhos que demos a outra pessoa, no nosso fundo nunca sentimos que efeito as nossas palavras estão a ter, no íntimo dessa pessoa. Penso que será daí que duas pessoas se juntam, na capacidade de reconhecer os pensamentos de cada um, e saber o que dizer para o reconfortar.
Quando se fala de temas duros deve-se acabar com pensamentos positivos.
Valete Frates
Escrito ao som de We Are your Friends - Justice vs. Simian