Esta história encontra-se perdida à partida. Perdida no tempo e no espaço, encontrada apenas numa dimensão onde chega a imaginação humana. Não me recordo da história toda, mas como quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto, eu vou acrescentando alguns pelo caminho.
Antes do Tempo ser Tempo existia uma floresta. Tinha o nome de Nair.
Nela existiam coisas que ainda hoje vemos nas nossas florestas, e coisas hoje extintas mas que ficaram impregnadas no nosso subconsciente e que por vezes conseguimos ter um vislumbre nos nossos sonhos.
Plantas filosóficas, animais mitológicos, matéria inanimada pensante e movediça. Nair era um local onde a noite era mais luminosa que o nosso dia. Aliás era o local mais luminoso e precioso que o Divino havia retirado da sua mente e passado para papel.
No início tudo era bom, todos dispunham de liberdade para fazer aquilo que achavam conveniente, de passar o tempo fazendo aquilo que entendiam. Era o Paraíso.
Mas como tudo vivia em paz e harmonia, ninguém prestava muita atenção ao Divino. Ele entendeu então que faltava algo naquela sua pérola vinda do seu pensamento, percebeu que não conseguia estar apenas no lugar de passageiro, calado e observando. Precisava de algo com quem conversar, algo para expor os seus pensamentos e ideias se assim podemos chamar aos pícaros da criação.
O Divino decidiu criar dois lobos, e a estes deu-lhes qualidades que não havia dado a mais nenhum ser daquela floresta. Deu-lhes o nome de Igor e Ieda. Deu-lhes também uma alcateia, para estes não se sentirem sozinhos assim como outrora se sentiu o Divino.
Fisicamente Igor era totalmente negro, um negro absoluto, imenso e profundo parecido com a cor de um buraco negro. Ieda, por ser lado, vestia uma pelugem lilás, suave e densa como uma imensa cortina de veludo. Ambos tinham os olhos brancos e baços devido à sua fé que emanavam pelo Divino.
Foi dada a Igor a missão de coordenar aquele mundo e o defender de si próprio. No fundo Igor era a imagem sempre presente do Divino, quando ele partia para explorar novos pensamentos. A Ieda foi dada a tarefa de espalhar amor e carinho pela floresta, pois o Divino, aquando da criação de Nair, esqueceu-se de dar sentimentos às suas criações. Um pouco à imagem do homem de lata do Feiticeiro de Oz.
Ieda cumpriu com o que lhe foi pedido e espalhou por Nair estes belos sentimentos. Só que como os seres não estavam habituados a sentir começaram a fazer aquilo que faziam até então. Começaram a racionalizar os seus sentimentos. Ora isto deu origem a um novo espectro do sentir. Começou a surgir entre pequenos grupos dispersos pela floresta outros sentimentos como a inveja, a cobiça…Certos seres mais fortes que outros começaram a tirar os pertences de outrem, e assim a apareceu o medo e a tristeza. E como uma bola de neve uns foram dando origem a outros.Todavia Igor prontamente pôs cobro a isso, fazendo ver a esses pequenos grupos, o quanto errada era a sua conduta. Os seres ouvindo as palavras sábias de Igor e confrontados com as consequências dos seus actos, voltaram ao normal e tudo ficou perdoado. Todos passaram a admirar Igor e a respeitá-lo, considerando-o tão sábio como o Divino. O Divino sabendo disto ficou feliz e vendo que a sua presença não seria tão necessária poderia ter tempo para se dedicar a outros “projectos”. A humildade com que Igor olhava para o Divino dava-lhe a confiança necessária para o deixar governar Nair e continuar a conversar com ele sempre que precisava de companhia.
Antes do Tempo ser Tempo existia uma floresta. Tinha o nome de Nair.
Nela existiam coisas que ainda hoje vemos nas nossas florestas, e coisas hoje extintas mas que ficaram impregnadas no nosso subconsciente e que por vezes conseguimos ter um vislumbre nos nossos sonhos.
Plantas filosóficas, animais mitológicos, matéria inanimada pensante e movediça. Nair era um local onde a noite era mais luminosa que o nosso dia. Aliás era o local mais luminoso e precioso que o Divino havia retirado da sua mente e passado para papel.
No início tudo era bom, todos dispunham de liberdade para fazer aquilo que achavam conveniente, de passar o tempo fazendo aquilo que entendiam. Era o Paraíso.
Mas como tudo vivia em paz e harmonia, ninguém prestava muita atenção ao Divino. Ele entendeu então que faltava algo naquela sua pérola vinda do seu pensamento, percebeu que não conseguia estar apenas no lugar de passageiro, calado e observando. Precisava de algo com quem conversar, algo para expor os seus pensamentos e ideias se assim podemos chamar aos pícaros da criação.
O Divino decidiu criar dois lobos, e a estes deu-lhes qualidades que não havia dado a mais nenhum ser daquela floresta. Deu-lhes o nome de Igor e Ieda. Deu-lhes também uma alcateia, para estes não se sentirem sozinhos assim como outrora se sentiu o Divino.
Fisicamente Igor era totalmente negro, um negro absoluto, imenso e profundo parecido com a cor de um buraco negro. Ieda, por ser lado, vestia uma pelugem lilás, suave e densa como uma imensa cortina de veludo. Ambos tinham os olhos brancos e baços devido à sua fé que emanavam pelo Divino.
Foi dada a Igor a missão de coordenar aquele mundo e o defender de si próprio. No fundo Igor era a imagem sempre presente do Divino, quando ele partia para explorar novos pensamentos. A Ieda foi dada a tarefa de espalhar amor e carinho pela floresta, pois o Divino, aquando da criação de Nair, esqueceu-se de dar sentimentos às suas criações. Um pouco à imagem do homem de lata do Feiticeiro de Oz.
Ieda cumpriu com o que lhe foi pedido e espalhou por Nair estes belos sentimentos. Só que como os seres não estavam habituados a sentir começaram a fazer aquilo que faziam até então. Começaram a racionalizar os seus sentimentos. Ora isto deu origem a um novo espectro do sentir. Começou a surgir entre pequenos grupos dispersos pela floresta outros sentimentos como a inveja, a cobiça…Certos seres mais fortes que outros começaram a tirar os pertences de outrem, e assim a apareceu o medo e a tristeza. E como uma bola de neve uns foram dando origem a outros.Todavia Igor prontamente pôs cobro a isso, fazendo ver a esses pequenos grupos, o quanto errada era a sua conduta. Os seres ouvindo as palavras sábias de Igor e confrontados com as consequências dos seus actos, voltaram ao normal e tudo ficou perdoado. Todos passaram a admirar Igor e a respeitá-lo, considerando-o tão sábio como o Divino. O Divino sabendo disto ficou feliz e vendo que a sua presença não seria tão necessária poderia ter tempo para se dedicar a outros “projectos”. A humildade com que Igor olhava para o Divino dava-lhe a confiança necessária para o deixar governar Nair e continuar a conversar com ele sempre que precisava de companhia.
Valete Frates
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