Mas o mal tinha sido feito, e estava encoberto num elemento da alcateia de Igor, o seu nome era Judísio.
Igor ao pacificar a floresta não pensou naquilo que o seu grupo sentia, pois imaginava que todos fariam como ele. E a verdade é que fizeram, mas Judísio começou a reflectir sobre alguns daqueles sentimentos e começou secretamente e involuntariamente a invejar a relação de Igor com o Divino e a cobiçar Ieda.
Judísio que tinha pelugem cinzenta e focinho vermelho, começou a esconder estes sentimentos com vergonha e medo do que os outros pudessem fazer, e secretamente começou a combater estes sentimentos.
Mas a semente havia sido plantada e nada poderia mudar o coração de Judísio. Ele começou a ver na alegria e amor de Ieda por todas as criaturas, uma paixão pela sua pessoa. Começou a imaginar que todas as tarefas que Igor lhe designava eram tudo formas de o afastar de Ieda. Todo o mundo foi alterado e recodificado na mente de Judísio. E isso fazia-o sentir miserável, inútil, despropositado e alienado.
Com o passar do tempo todos estes sentimentos converteram-se num único apenas. Judísio passou a sentir-se descartável. Nada interessava, a comida não tinha sabor, o seu mundo resumia-se à paixão por Ieda e o ódio por Igor.
Ele tornou-se internamente a personificação do mal, numa floresta que não sabia definir essa palavra.
Foi desenvolvendo um plano maquiavélico, de forma a fugir com Ieda e a destruir Igor. Decidiu transformar Nair numa fonte constante de conflitos, sendo que seria ele a semear a discórdia entre as criaturas. Se em pequena escala foi problema difícil de controlar, numa escala maior seria um fogo indomável que queimaria a alma de todas as criaturas, e distrairia Igor o suficiente para Ieda ser levada dos seus braços. Por último o Divino ficaria tão irado com Igor que o castigaria severamente.
Regozijou-se com o seu plano. Como esta criatura, abençoada pelo Divino, se havia desviado tanto do caminho, unicamente por sentir.
Onde estava a alegria pregada do amor? O prazer em encontrar a paixão?
Tudo se havia tornado em obsessão, em ódio, em ambição. Judísio não sabia ainda, não conseguia ver no monstro que se havia tornado. Apenas queria o seu pedaço de felicidade.
Deu então início ao seu plano. Disse às árvores sábias que os animais as usavam como fonte de alimento, e não queriam saber dos seus pensamentos sábios e conselhos sensatos. Iradas com as palavras de Judísio, as árvores decidiram reter os seus frutos. Aos animais, Judísio, foi instigar um acto de retaliação, aquela afronta seria inademissivél, e exigia vigança. Aos poucos os insectos começaram a comer as suas folhas, os pequenos roedores começaram a subir pelas árvores e a recolher os frutos. Os animais maiores, incapazes de subir às árvores começaram a atacar os mais pequenos. Um pouco por toda Nair, grandes focos de conflitos começavam a acender-se.
Estava na hora de Igor entrar em acção, e convocou a sua alcateia. Para seu espanto todos negaram ajudá-lo. Judísio tinha-os atingido primeiro, falando-lhes da escravidão a que eram submetidos.
Igor partiu então sozinho e desolado, deixando a Ieda a tarefa de reunir o grupo que depois deveriam ir juntar-se a ele.
Mas a raiva e o ódio do grupo conseguiam suplantar o amor e compaixão infinitos de Ieda. Depressa se rebeliaram contra ela, e com Judísio a comandar a fizeram prisioneira e a levaram para longe.
Enquanto isso acontecia, Igor ia sozinho tentando colocar a razão na cabeça de todas as criaturas, mas tal revelou-se infrutífero. Sozinho não tinha a capacidade para controlar as atrocidades que as mais variadas criaturas começavam a fazer umas às outras.
O Divino quando chegou e viu as chamas do ódio no seu mundo perfeito, chamou a si Igor.
Quando confrontando com a simples questão do que se havia passado, Igor não soube responder. Quando lhe foi pedido para chamar Ieda e o resto da sua alcateia, não sabia onde estavam.
Então o Divino decidiu fazer o que qualquer de nós faz quando não temos as respostas que esperamos, decidiu castigar tudo e todos, por terem feito fracassar o seu sonho, a sua visão, o seu mundo perfeito.
Criou o Tempo para medir a vida de cada ser, retirou ás árvores o poder de pensar, retirou aos animais a capacidade de sentir e a sabedoria, e colocou-os no castigo eterno de se caçarem e alimentarem-se uns dos outros. Deixou-os seguir o caminho que haviam escolhido.
Mas o pior ainda estava para vir. Completamente irritado, decidiu espalhar todos os lobos por todos os cantos de Nair, transformou toda a alcateia em novos seres, menos Ieda que era a única ainda com a alma pura e decidiu escondê-la, não queria que ela visse este estranho e cruel mundo novo.
Igor ao pacificar a floresta não pensou naquilo que o seu grupo sentia, pois imaginava que todos fariam como ele. E a verdade é que fizeram, mas Judísio começou a reflectir sobre alguns daqueles sentimentos e começou secretamente e involuntariamente a invejar a relação de Igor com o Divino e a cobiçar Ieda.
Judísio que tinha pelugem cinzenta e focinho vermelho, começou a esconder estes sentimentos com vergonha e medo do que os outros pudessem fazer, e secretamente começou a combater estes sentimentos.
Mas a semente havia sido plantada e nada poderia mudar o coração de Judísio. Ele começou a ver na alegria e amor de Ieda por todas as criaturas, uma paixão pela sua pessoa. Começou a imaginar que todas as tarefas que Igor lhe designava eram tudo formas de o afastar de Ieda. Todo o mundo foi alterado e recodificado na mente de Judísio. E isso fazia-o sentir miserável, inútil, despropositado e alienado.
Com o passar do tempo todos estes sentimentos converteram-se num único apenas. Judísio passou a sentir-se descartável. Nada interessava, a comida não tinha sabor, o seu mundo resumia-se à paixão por Ieda e o ódio por Igor.
Ele tornou-se internamente a personificação do mal, numa floresta que não sabia definir essa palavra.
Foi desenvolvendo um plano maquiavélico, de forma a fugir com Ieda e a destruir Igor. Decidiu transformar Nair numa fonte constante de conflitos, sendo que seria ele a semear a discórdia entre as criaturas. Se em pequena escala foi problema difícil de controlar, numa escala maior seria um fogo indomável que queimaria a alma de todas as criaturas, e distrairia Igor o suficiente para Ieda ser levada dos seus braços. Por último o Divino ficaria tão irado com Igor que o castigaria severamente.
Regozijou-se com o seu plano. Como esta criatura, abençoada pelo Divino, se havia desviado tanto do caminho, unicamente por sentir.
Onde estava a alegria pregada do amor? O prazer em encontrar a paixão?
Tudo se havia tornado em obsessão, em ódio, em ambição. Judísio não sabia ainda, não conseguia ver no monstro que se havia tornado. Apenas queria o seu pedaço de felicidade.
Deu então início ao seu plano. Disse às árvores sábias que os animais as usavam como fonte de alimento, e não queriam saber dos seus pensamentos sábios e conselhos sensatos. Iradas com as palavras de Judísio, as árvores decidiram reter os seus frutos. Aos animais, Judísio, foi instigar um acto de retaliação, aquela afronta seria inademissivél, e exigia vigança. Aos poucos os insectos começaram a comer as suas folhas, os pequenos roedores começaram a subir pelas árvores e a recolher os frutos. Os animais maiores, incapazes de subir às árvores começaram a atacar os mais pequenos. Um pouco por toda Nair, grandes focos de conflitos começavam a acender-se.
Estava na hora de Igor entrar em acção, e convocou a sua alcateia. Para seu espanto todos negaram ajudá-lo. Judísio tinha-os atingido primeiro, falando-lhes da escravidão a que eram submetidos.
Igor partiu então sozinho e desolado, deixando a Ieda a tarefa de reunir o grupo que depois deveriam ir juntar-se a ele.
Mas a raiva e o ódio do grupo conseguiam suplantar o amor e compaixão infinitos de Ieda. Depressa se rebeliaram contra ela, e com Judísio a comandar a fizeram prisioneira e a levaram para longe.
Enquanto isso acontecia, Igor ia sozinho tentando colocar a razão na cabeça de todas as criaturas, mas tal revelou-se infrutífero. Sozinho não tinha a capacidade para controlar as atrocidades que as mais variadas criaturas começavam a fazer umas às outras.
O Divino quando chegou e viu as chamas do ódio no seu mundo perfeito, chamou a si Igor.
Quando confrontando com a simples questão do que se havia passado, Igor não soube responder. Quando lhe foi pedido para chamar Ieda e o resto da sua alcateia, não sabia onde estavam.
Então o Divino decidiu fazer o que qualquer de nós faz quando não temos as respostas que esperamos, decidiu castigar tudo e todos, por terem feito fracassar o seu sonho, a sua visão, o seu mundo perfeito.
Criou o Tempo para medir a vida de cada ser, retirou ás árvores o poder de pensar, retirou aos animais a capacidade de sentir e a sabedoria, e colocou-os no castigo eterno de se caçarem e alimentarem-se uns dos outros. Deixou-os seguir o caminho que haviam escolhido.
Mas o pior ainda estava para vir. Completamente irritado, decidiu espalhar todos os lobos por todos os cantos de Nair, transformou toda a alcateia em novos seres, menos Ieda que era a única ainda com a alma pura e decidiu escondê-la, não queria que ela visse este estranho e cruel mundo novo.
Os novos seres seriam incapazes de se defenderem, frágeis, e diferentes. O Divino converteu-os em Homens. Manteve-lhes o sentimento, mas afastou-os da razão e da liberdade e enclausurou-os num invólucro demasiado fraco e débil para conseguirem fazer algo de significativo. Aprisionou-os dentro de si próprios.
Contudo deu-lhes uma hipótese de se redimirem, de tempos em tempos, todos teriam a possibilidade de voltar a serem lobo, e Igor teria que quebrar o ciclo da alimentação, castigar Judísio e encontrar Ieda, ela seria a única possibilidade de o amor voltar a reinar e de a liberdade ser restituída a todos os seres.
Igor tornou-se num lobo solitário com uma causa perdida, com uma missão impossível.
Uma eternidade passou, e Igor ainda não conseguiu cumprir com a sua missão. Pelo caminho foi encontrando alguns membros da sua antiga alcateia, e os chamou para a bondade e compaixão. Judísio fez o mesmo, mas espalhou as labaredas da discórdia e da violência. E assim nasceu o Bem e o Mal. Levados pelo sentimento, afastados do iluminismo, primitivos, violentos e confusos.
Contudo deu-lhes uma hipótese de se redimirem, de tempos em tempos, todos teriam a possibilidade de voltar a serem lobo, e Igor teria que quebrar o ciclo da alimentação, castigar Judísio e encontrar Ieda, ela seria a única possibilidade de o amor voltar a reinar e de a liberdade ser restituída a todos os seres.
Igor tornou-se num lobo solitário com uma causa perdida, com uma missão impossível.
Uma eternidade passou, e Igor ainda não conseguiu cumprir com a sua missão. Pelo caminho foi encontrando alguns membros da sua antiga alcateia, e os chamou para a bondade e compaixão. Judísio fez o mesmo, mas espalhou as labaredas da discórdia e da violência. E assim nasceu o Bem e o Mal. Levados pelo sentimento, afastados do iluminismo, primitivos, violentos e confusos.
Valete Frates
P.S. Peço desculpa se a minha gramática não foi à altura da história, ou se algumas das ideias se confundiram, mas a história é antiga e tem várias versões e a minha é apenas mais uma.
Espero que tenham gostado.
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