Ontem de tarde deixei um texto, explicando a minha falta de inspiração para escrever neste blog. Passadas umas escassas horas não consigo parar. Coisa estranha a inspiração não?
O texto que deixei anteriormente relacionado com este tema deve-se à noite que tive hoje. Lembro-me de alguns tempos ter dito que não falaria mais de merdices e coisas relacionadas com pormenores da minha vida pessoal. Todavia penso que devo criar uma excepção agora para que possam ver a forma como vi a minha noite.
Hoje, senti-me verdadeiramente como uma personagem qualquer de um livro, no qual tudo é detalhado e tudo é vivido intensamente e de uma forma bela. Esta noite posso dizer que a minha vida imitou a arte. Imitou a literatura.
Primeiro compreendi finalmente que as únicas pessoas que conseguem perceber e entusiasmar-se com as ideias que eu tenho sobre a vida e o mundo residem no mesmo apartamento que eu. Estas pessoas são os meus pais, que são dotados de uma sabedoria e de uma capacidade superior à de todos os meus amigos juntos. Compreendem o mundo, e os seus truques como ninguém. São as pessoas mais estimulantes que eu conheço. Fica-se com uma sensação de parvoíce quando se encontra aquilo que queremos tão perto, depois de ter percorrido tantos caminhos e só ter encontrado becos sem saída.
Depois de a conversa se ter prolongado por algumas horas, fui-me encontrar com uma das minhas pessoas favoritas. Todas as suas conversas me interessam. Quando não é por aquilo que ela diz, é pela forma como ela diz, é pela forma que sorri quando diz, que me deixam imensamente feliz. Que pessoa tão alegre e atenta. A própria fisionomia dela me faz lembrar Celine, personagem de outras histórias... Ela é a coisa que mais me arrependo de nunca ter concretizado, não comprendo como duas conseguiram ter tanta empatia mutuamente e nunca terem manifestado no tempo certo...Jogos de Fado. Embora não compreendendo a nossa situação actual, aceito-a, respeito-a, e lido com ela, pois se é só isto que ela pode ser para mim então que seja. Não me interessa que outros tenham o seu coração, o seu corpo ou o seu espirito; eu já me contento com um pouquinho da sua mente, desde que ela continue a sorrir, mantendo-me assim feliz sempre que a vejo. E foi nisto que pensei em quase todos os momentos em que ela me contava histórias de rir, sem sequer imaginar no que estava eu a pensar.
Depois de ela ter partido, fui procurar amigos para conviver um bocado. Sorte a minha não os encontrei, pois aí tomei a melhor decisão da noite...Fui passear pela minha pequena cidade com uma boa proporção urbana. E como a noite a torna bonita.
Passear pela calçada molhada, vendo as folhas primaveris viçosas; procurando pequenos becos escondidos e encontrando verdadeiros matos urbanos, passando pelas ruas antigas, tomando o meu tempo, com calma, desfrutando. Encontrando a vida da noite urbana e alguns passos mais à frente dar de caras com um silêncio ancestral. Vi montras de lojas bizarras, vi sombras esquisitas, mas sempre sem medo, a cidade protegia-me. Arrepiei-me em frente a igrejas e admirei estátuas de Santos e jardins. Senti o aroma fresco das japoneiras húmidas e o cheiro a cigarrilhas vindas dos homens que estavam nos cafés entreabertos. Enquanto bailava com o meu guarda-chuva juro que ouvi guitarras naquelas casas em que não vive ninguém. Passei pela opulência de certas residências citadinas e pelo pedinchar dos pobres de espírito. Quando voltava passei pelas forças da ordem que mantinham a segurança à entrada desta minha cidade, que visitei em apenas 45 minutos e com a qual fiquei impressionado.
Quando cheguei a casa ainda excitado por tudo o que tinha visto e sentido nesta noite, senti o cheiro romântico das rosas que a minha mãe tinha colocado de tarde num jarro da nossa sala.
Inspirado por isto tudo decidi escrever aquilo que estão a ler agora, desfrutando um chocolate e ouvindo as magníficas composições de Jean Michelle Jarre tiradas de Oxygene, seguidas pelas baladas blues da Nina Simone.
E o mais impressionante, é que tudo isto e mais alguma coisa foi verdade. Não foi tirado da minha imaginação, embora a mim me pareça que possa ter sido tirado de um livro.
Por isso estou contente e inspirado. A minha vida, nem que seja por uma noite, imitou deveras a arte, mostrando alegrias, desilusões, políticas, ideologias, diferenças, essências, visões, sabores, etc. Esta noite vi-me um artista e sei que ninguém me pode tirar isso.
O texto que deixei anteriormente relacionado com este tema deve-se à noite que tive hoje. Lembro-me de alguns tempos ter dito que não falaria mais de merdices e coisas relacionadas com pormenores da minha vida pessoal. Todavia penso que devo criar uma excepção agora para que possam ver a forma como vi a minha noite.
Hoje, senti-me verdadeiramente como uma personagem qualquer de um livro, no qual tudo é detalhado e tudo é vivido intensamente e de uma forma bela. Esta noite posso dizer que a minha vida imitou a arte. Imitou a literatura.
Primeiro compreendi finalmente que as únicas pessoas que conseguem perceber e entusiasmar-se com as ideias que eu tenho sobre a vida e o mundo residem no mesmo apartamento que eu. Estas pessoas são os meus pais, que são dotados de uma sabedoria e de uma capacidade superior à de todos os meus amigos juntos. Compreendem o mundo, e os seus truques como ninguém. São as pessoas mais estimulantes que eu conheço. Fica-se com uma sensação de parvoíce quando se encontra aquilo que queremos tão perto, depois de ter percorrido tantos caminhos e só ter encontrado becos sem saída.
Depois de a conversa se ter prolongado por algumas horas, fui-me encontrar com uma das minhas pessoas favoritas. Todas as suas conversas me interessam. Quando não é por aquilo que ela diz, é pela forma como ela diz, é pela forma que sorri quando diz, que me deixam imensamente feliz. Que pessoa tão alegre e atenta. A própria fisionomia dela me faz lembrar Celine, personagem de outras histórias... Ela é a coisa que mais me arrependo de nunca ter concretizado, não comprendo como duas conseguiram ter tanta empatia mutuamente e nunca terem manifestado no tempo certo...Jogos de Fado. Embora não compreendendo a nossa situação actual, aceito-a, respeito-a, e lido com ela, pois se é só isto que ela pode ser para mim então que seja. Não me interessa que outros tenham o seu coração, o seu corpo ou o seu espirito; eu já me contento com um pouquinho da sua mente, desde que ela continue a sorrir, mantendo-me assim feliz sempre que a vejo. E foi nisto que pensei em quase todos os momentos em que ela me contava histórias de rir, sem sequer imaginar no que estava eu a pensar.
Depois de ela ter partido, fui procurar amigos para conviver um bocado. Sorte a minha não os encontrei, pois aí tomei a melhor decisão da noite...Fui passear pela minha pequena cidade com uma boa proporção urbana. E como a noite a torna bonita.
Passear pela calçada molhada, vendo as folhas primaveris viçosas; procurando pequenos becos escondidos e encontrando verdadeiros matos urbanos, passando pelas ruas antigas, tomando o meu tempo, com calma, desfrutando. Encontrando a vida da noite urbana e alguns passos mais à frente dar de caras com um silêncio ancestral. Vi montras de lojas bizarras, vi sombras esquisitas, mas sempre sem medo, a cidade protegia-me. Arrepiei-me em frente a igrejas e admirei estátuas de Santos e jardins. Senti o aroma fresco das japoneiras húmidas e o cheiro a cigarrilhas vindas dos homens que estavam nos cafés entreabertos. Enquanto bailava com o meu guarda-chuva juro que ouvi guitarras naquelas casas em que não vive ninguém. Passei pela opulência de certas residências citadinas e pelo pedinchar dos pobres de espírito. Quando voltava passei pelas forças da ordem que mantinham a segurança à entrada desta minha cidade, que visitei em apenas 45 minutos e com a qual fiquei impressionado.
Quando cheguei a casa ainda excitado por tudo o que tinha visto e sentido nesta noite, senti o cheiro romântico das rosas que a minha mãe tinha colocado de tarde num jarro da nossa sala.
Inspirado por isto tudo decidi escrever aquilo que estão a ler agora, desfrutando um chocolate e ouvindo as magníficas composições de Jean Michelle Jarre tiradas de Oxygene, seguidas pelas baladas blues da Nina Simone.
E o mais impressionante, é que tudo isto e mais alguma coisa foi verdade. Não foi tirado da minha imaginação, embora a mim me pareça que possa ter sido tirado de um livro.
Por isso estou contente e inspirado. A minha vida, nem que seja por uma noite, imitou deveras a arte, mostrando alegrias, desilusões, políticas, ideologias, diferenças, essências, visões, sabores, etc. Esta noite vi-me um artista e sei que ninguém me pode tirar isso.
Agora vou dormir para sonhar com aquilo que vivi.
Valete Frates
Valete Frates
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