quarta-feira, novembro 14, 2007

7 Bandas - Depeche Mode

(Dave Gahan à frente, seguido de Martin Gore e Andrew Fletcher)

Que dizer destes senhores que mudaram para sempre a música electrónica?
Que ainda estão todos vivos?
Bem mas por pouco não estavam, como vamos ver mais para a frente.
Após várias alterações nos seus elementos, apenas três restam. Dave Gahan (vocalista), Martin Gore (o mais brilhante faz-tudo do mundo), e Andrew Fletcher (teclados).
Ora esta banda já passou por várias fases, membros que foram saindo e outros entrando, mudanças de imagem e no som. Mas após isto tudo ainda conseguem ser uma das maiores e melhores bandas à face deste planeta. Tem uma já grande discografia, entre os seus 27(!!!) anos de existência. E para provar que eles são mesmo grandes, têm mais de 90 milhões de discos vendidos. Posto isto comecemos pelo ínicio.Banda originária de Inglaterra (onde de resto vem quase tudo o que é bom), no ínicio era composta por os mesmos três elementos de agora e mais um, Vince Clarke. Ora uma banda nos ínicios dos anos 80, com quatro jovens ingleses com uns visuais um pouco ,"alternativos" e com o nome Depeche Mode, só podia vir na nova onda, só podia ser New Wave. Com os sintetizadores em toda a sua glória, marcando o ritmo de milhares de pistas de dança pelo globo fora.
O sucesso foi quase imediato, logo no seu primeiro disco, com o single I just can't get enough, composto por Vince Clarke, que por esta altura era o compositor principal da banda. A música em si é recheada de alegria, extremamente dançavél, era algo verdadeiramente festivo.
Ora pouco depois do frenesim que instantaneamente se criou em torno da banda Vince Clarke, abandonou-a. Diz-se que não estava contente com a direcção a banda estava a tomar, e portanto decidiu sair. Vince continuou ligado ao mundo da música, e com projectos que atingiram bastante sucesso como os Yazoo e os Erasure com a sua música festivaleira, mas nada comparado à magnitude e complexidade que os seus antigos companheiros viriam a criar.
Dá-se a entrada de um novo elemento, Alan Wilder.
Martin Gore toma as rédeas da maior parte da composição musical da banda, e converte a banda naquilo que são hoje. Afastando-os daquelas músicas de verão, e procurando um som mais pesado.
Sem nenhum álbum que ressalte verdadeiramente à vista, fazem singles verdadeiramente extraordinários, o que acaba por os tornar verdadeiramente famosos. São exemplos disso Shake the Disease (que nunca tinha entrado em nenhum álbum), People are People, que reflecte as opinões da banda sobre o racismo, ou pouco de sadomaso para confundir tudo com Master and Servant, entre muitos outros...
O disco Singles 81>85 retrata bem esta altura da banda, uma altura em que pareciam que estavam a experimentar para se prepararem para algo verdadeiramente grandioso...
Em 1987 sai o espetacular Music for the Masses um álbum brilhante produzido, com som bastante mais polido do que os ínicios e a etapa dos singles. As letras de Martin tinham ficado mais maduras também, reflectindo problemas e situações reais, coisas com que qualquer pessoa se pode identificar, e tudo muito na cara, pouco se escondiam nas suas letras. Fletcher criava o ambiente sonoro perfeito para acompanhar as letras, com os sintetizadores em lugar de destaque, criando uma verdadeira orquestra eléctrica, afastando-se um pouco da New Wave. Dave era o "front-man" ideal. Começava a mover-se em palco como um verdadeiro artista, tinha uma voz ligeiramente rouca, e bastante enquadra tanto com as letras como com o som da banda. Mais umas vez ficam os registos de verdadeiros exemplos de singles como Strangelove, Behind the wheel, e o meu preferido Never let me down again, todavia este disco não valia apenas pelos seus singles mas começava a olhar-se para o todo.
Em 1990 sai um dos melhores discos dos anos 80 (passe a antítese), talvez o melhor registo desta banda. Sai Violator.
É a ouvir um álbum como este que as palavras falham para o conseguir descrever. Cria uma nova página no dicionário só com palavras para o descrever. É grandioso, sem imperfeições, ligeiramente sombrio, maravihoso à primeira audição.
Martin atinge o seu auge como compositor, incluse a sua guitarra torna-se mais refinada, parece som feito com cordas de ouro, tal é a beleza dos sons que saem, daquele instrumento. As suas letras tonram-se assombrosas, falando de temas variados mas sempre incisivos naquilo que querem transmitir. Mais uma vez o ambiente sonoro criado é algo que mistura algo de cristalino e puro, com as sombras e a noite. É música industrial com Sweetest Prefection por exemplo, e um lado mais sonhador com Halo.
São retirados imensos singles deste disco, onde quase qualquer música poderia ser um single, todavia os que estiveram mais sucesso foram: World in my eyes, Policy of Truth onde são expostas as consequências de dizer sempre a verdade, Personal Jesus música impressionante, com covers e remisturas feitas por bastantes artistas (sendo a do Johnny Cash a minha preferida), e o inigulavél Enjoy the Silence, um mega-hit, uma das músicas mais reconhecidas dos anos 90.
A sua imagem também torna-se numa das mais interessantes do mundo da música, com o negro sempre de braço dado, sem se tornar gótico. O mestre Anton Corbjin assina alguns telediscos assim como a capa do albúm.
Com este álbum os Depeche Mode ficam com o estatuto de reconhecimento pelo globo fora, super-estrelato. Mas como sempre há sempre algo que começa a correr mal. Na hora de voltar ao estúdio após esta obra prima, os Depeche Mode voltam a mudar o som. Desta vez para um rock no seu estado mais puro. Em 1993 sai Songs of Faith and Devotion em seguimento a Violator, com mais bateria, mais guitarra, profundamente mais rock, próximo do som que se fazia para Seattle mais ou menos por esta altura. A reter desta vez músicas como I Feel You e Walking in my Shoes.
Outro sucesso, se bem que mais comedido que o anterior.
Alan Wilder abandona a banda em 95. Altura em que Dave Gahan começa a perder-se pelo mundo das drogas. E aqui a banda atinge o seu momento crítico.
Gore tinha as suas múscias prontas para gravação, mas Gahan afastava-se, demorava montes de tempo a gravar as suas partes, a heroína estava a comer-lhe o cérebro.
Cada vez mais ele se afundava dentro de si mesmo, e isto reflectia-se na banda como é óbvio. Passava horas fechado no seu quarto, ouvia vozes, e essas coisas todas que advém do consumo diário de drogas. Todo o seu comportamento auto-destrutivo culminou em 1995, quando ele tentou suicidar-se com uma lâmina. Isto foi o necessário para que ele entrasse para uma clínica de reabilitação e se pusesse em forma para voltar para a banda.
Na ressaca deste episódio, a banda lança um novo registo, Ultra, bastante mais negro, a roçar o gótico. Até custava a crer que esta mesma banda tinha feito alguma vez música festiva na sua carreira. It's no Good foi a música de mais sucesso, falando do amor e inevitável confirmação do destino traçado.

Demorou um pouco ao Depeche Mode a recuperar em termos musicais, os momentos dificeis de Gahan. Em 2001 sai Exciter um bom disco mas que não causou muito alarido, mas de onde mesmo assim se retiram dois excelentes singles Dream On e Free Love.
Dave Gahan também tenta a solo, mas o cd passa também ser dar muito nas vistas.
O próximo momento grande da banda por essa altura foi um louvado CD de remixes,com o nome Remixes: 81-04, realizados por senhores conceituados na música de dança como: Underwolrd, Mike Shinoda, Goldfrapp, mas onde destaco a remistura trip-hop de Useless por Kruder & Dorfmeister...
Em 2005 é regresso aos bons velhos tempos, é lançado Playing the Angel. Grandes canções, mais uma vez, mais alegres e optimistas mas ainda com aquele travozinho gostoso da escuridão, Precious e Suffer Well (o primeiro single que Martin Gore não escreveu), são músicas que de certeza todos devem conhecer.
No tempo corrente David Gahan lançou mais um albúm a solo.
Quanto a influências, bem...
São mesmo muitas, que vão desde do synth-pop, até pelo rock mais pesado.
Os Pet Shop Boys revelaram que Violator foi uma grande influência no seu trabalho, os Deftones e Marylin Manson também referem os Depeche Mode, tendo o último inclusive se ter revelado um verdadeiro fã, tendo até já feito covers de músicas.
Nos The Killers, Green Day e os The Bravery também se nota a sua influência.
Mas mais importante que isto, é a sensação que, tudo o que é música electrónica se rege pelos Depeche Mode.
Para terminar deixo aqui uma letra para poderem avaliar o brilhante lírico que é Martin Gore. Esta é dos inícios mas já dá para ver o seu génio.


Shake the Disease - Depeche Mode

I'm not going down on my knees,
Begging you to adore me
Can't you see its misery
And torture for me
When I'm misunderstood
Try as hard as you can,
Ive tried as hard as I could
To make you see
How important it is for me

Here is a plea
From my heart to you
Nobody knows me
As well as you do
You know how hard it is for me
To shake the disease
That takes hold of my tongue
In situations like these

Understand me

Some people have to be
Permanently together
Lovers devoted to
Each other forever
Now I've got things to do
And I've said before that I know you have too
When I'm not there
In spirit I'll be there

Here is a plea
From my heart to you
Nobody knows me
As well as you do
You know how hard it is for me
To shake the disease
That takes hold of my tongue
In situations like these

Understand me

Valete Frates

Sem comentários: