Banda sediada em Manchester, percurssionadores do pós-punk, e das maiores influências do panorama musical. Sem dúvida uma das bandas mais importantes do século XX.
Ora, segundo reza a história, os seus elementos conheceram-se num mítico concerto dos Sex Pistols. Ian Curtis (vocalista), Peter Hook (baixista), Bernard Summer (guitarrista), conheceram-se nesse mesmo concerto e formaram uma banda, que na altura chamaram de Warsaw. Mas faltava algo... um baterista. É aí que entra em cena Stephen Morris, e por fim a banda fica completa.
Mas o nome teria que mudar, e eles optaram por algo de polémico...Joy Division.
A polémica prendia-se com os tempos da alemanha nazi, em que grupos de soldados violavam mulheres com o intuito de formar a famosa raça ariana.
Durante algum tempo a banda foi apelidada de neo-nazi, e de representar ideais facistas. Tal fama foi tão grande que durante uns tempos a banda para onde quer que fosse actuar arrastava sempre legiões de skinheads, que não estavam pela música, mas para tentar agregar ao seu movimento, aquele estilo musical que trazia tanto de novo...
Ora a banda parece que odiava de tal forma este público, que num concerto até se envolveram numa cena de pancadaria com estes seres.A banda foi das primeiras a assinar pela mítica produtora de Tony Wilson (Factory Records), que pela lenda obrigou Tony Wilson a assinar o seu contracto com o seu próprio sangue. Entraram para estúdio para gravar o seu primeiro albúm, cuja produção ficou a cargo do Sr. Martin Hannett. O albúm era algo de completamente novo, nunca ouvido até então. A bateria era feita de pancadas secas e vigorosas. O baixo era uma verdadeira linha condutora, entranhava-se no corpo de uma tão poderosa, não fosse Peter Hook apelidado mais tarde pelo baixista que queria ser guitarrista principal. A guitarra leva a cabeça para outros locais, que mexia com a alma, tornava-nos inquietos. No coração estavam as letras de Ian Curtis, que falavam de sentimentos complexos, degradação urbana, isolamento, problemas existencialistas, um pouco niilistas até, e é claro também de amor. A voz do mesmo era robótica como a bateria, negra como o baixo, e metálica como a guitarra.
O albúm chamava-se Unkown Pleasures...que indicado...
Depois da saída do albúm eles foram fazer o quê? Dar concertos como é claro.
E nas actuações ao vivo, Ian era eléctrico. Ele que no início era bastante tímido, chegando a cantar de costas para o público, agora era um verdadeiro animal. Dançava como se algo o tivesse possuído. Muitas vezes a sua actuação confundia-se com a sua epilepsia, que consoante o tempo se ia agravando. Certa vez teve um ataque que causou bastante apreensão no interior de todos aqueles que o rodeavam.
Acaba a digressão estava na hora de regressar a estúdio e gravar o próximo albúm, Closer. Tudo estava a correr bem, o albúm parecia que ia ser outro tremendo êxito, e com o lançamento deste a primeira digressão americana estava já marcada.
Os Joy Division estavam na linha do sucesso.Ora apartir daqui a história torna-se num drama. Ian como qualquer verdadeiro génio musical, tinha os seus problemas, principalmente com o álcool. E esse individuo nunca é bom ajudante. Começa a ter também problemas com a sua mulher Deborah, da qual já tinha uma filha, e já tinha arranjado novo amor na sua vida, Annik.
Muito se fala do fascínio que personagens como Jim Morrison, Jimmi Hendrix e outros tinham na sua pessoa. Ele adorava o facto de todos eles terem morrido jovens, terem morrido no seu auge, e por isso serem vistos como verdadeiras lendas. As letras por si escritas tornaram-se ainda mais assustadoras, embora, como Peter Hook disse numa entrevista recente, os restantes elementos da banda eram demasiado jovens e nunca pensaram que ele escrevia sobre ele próprio, mas sim que encarnava certas personagens para poder escrever as suas letras. Parece que Ian era o verdadeiro poeta fingidor. Nas palavras de Pessoa, fingia que era dor a dor que deveras sentia.
Isto tudo era um verdadeiro cocktail para o desastre, e assim foi.
Em Maio de 1980, um dia antes de partir para a digressão americana, Ian Curtis com 23 anos (!!!) enforcou-se na sua cozinha, enquanto via o filme de Herner Herzog: Stroszek, e ouvia o disco de Iggy Pop: The Idiot, quem quiser que tire as suas elações.
O último albúm da banda, Closer, saiu umas semanas após a morte de Ian Curtis.
Das cinzas ergueram-se os New Order, composta pelos restantes elementos da banda, que cumprindo uma promessa que se algum deles morresse os outros não continuavam com o mesmo nome da banda.
Mudaram também de estilo. Tornaram-se mais alegres, mais pop, e mais uma vez foram os percurssores de um novo estilo de música, a música de dança. Blue Monday o seu single com mais sucesso, fala da morte de Ian, e a forma como lidaram com ela.
Quem sabe? Poderia ser um virar de página. Nunca se saberá.
Fica uma letra fantástica escrita por Ian Curtis.
Ceremony - New Order/Joy Division
This is why events unnerve me,
This is why events unnerve me,
They find it all, a different story,
Notice whom for wheels are turning,
Turn again and turn towards this time,
All she asks is strength to hold me,
Then again the same old story,
Word will travel, oh so quickly,
Travel first and lean towards this time.
Oh, I'll break them all, no mercy shown,
Heaven knows, it's got to be this time,
Watching her, these things she said,
The times she cried,
Too frail to wake this time.
Oh I'll break them down, no mercy shown
Heaven knows, its got to be this time,
Avenues all lined with trees,
Picture me and then you start watching,
Watching forever, forever,
Watching love grow, forever,
Letting me know, forever.
Valete Frates
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