terça-feira, fevereiro 26, 2008

A melhor invenção da humanidade

As crianças são mesmo a melhor coisa do mundo. Tudo o que pensam é dotado de uma simples todavia filosófica maneira de pensar. Estão sem dúvida num patamar superior, embora muitos deles ainda não consigam apertar os cordões das sapatilhas.
Digo isto porque num destes últimos dias enquanto estava sem nada para fazer, eis que irrompe pelo quarto a minha pessoa favorita na faixa etária dos 35 kg (é que para ele a maturidade vê-se no peso, e talvez tenha razão porque a idade está mais que visto que é uma forma bastante enganadora de medir a maturidade), e pede-me uma folha de papel para fazer um desenho e lápis de cor.
Ora a minha fase dos lápis de cor já passou à algum tempo, mas claro que dispensava uma folha de papel, para tal ilustre pessoa.
Todavia a minha curiosidade impeliu-me a perguntar-lhe como pretendia ele pintar se não tinha lápis de cor?
A resposta foi:"O mais importante é ter papel, pois com o papel posso desenhar e fazer tudo aquilo que eu quiser."
E assim foi que eu reparei que a melhor invenção de todos os tempos da humanidade foi o papel. Senão vejamos: o papel é onde pomos em prática toda a imaginação do ser humano, em todas as suas vertentes e variações.
É onde planeamos grandes projectos que estreitam as relações entre todos nós (pontes, estradas, telefones, carros, casas...), é onde nos lembramos de tudo aquilo que o cérebro não consegue recordar, é onde exprimimos tudo aquilo que nos vai na alma, seja através da uma tela de um pintor, a partitura de um músico, as páginas com as estrofes de um poeta, até no papel fotográfico que alguém revelou. É no papel que assinamos compromissos, somos avaliados, fazemos juras, apagamos erros, sabemos o que se passa pelo mundo, registamos as nossas vidas...
Porra!! É com o papel que obtemos tudo aquilo que é ou não necessário à nossa vida.
Mesmo na época do digital, dos computadores, dos bits, dos bytes, das memórias ROM intermináveis, da fibra óptica, dos autómatos, etc; precisamos sempre do papel para salvaguardar tudo isso.
O papel é o significado máximo do potencial humano nesta altura da história, e continuará a ser pelo menos até a telepatia ser completamente dominada por nós.
Do mais simples avião que diverte e estímula a imaginação de gerações de crianças, até às pinturas mais expressivas de El Greco e surrealistas de Salvador Dali, o papel é a imaginação humana tornada realidade dentro do que a realidade nos permite.
Inveja de pensar que uma criança conseguiu ver isto tudo numa simples frase...
Valete Frates

1 comentário:

Anónimo disse...

Também acho! O papel é de facto um instrumento peculiar e fundamental para a nossa expressao. Tu bem sabes (como até já fizest referencia num post anterior, e desde já obrigada =)) que tambem tenho as minhas formas de fazer "arte" em papel, para além daquelas que mais vulgarmente nos surgirão na ideia, como pintar, desenhar ou escrever. Também eu adoro uma folha de papel, nem que seja só para rabiscar, pois tal como diz a tua pessoa favorita, basta o papel que o resto se arranja.
Além do mais existem os livros, e não há nada, nem tela de computador ou seja o que for que substitua a acçao de ler um livro, por tudo, mas tambem precisamente por ser feito de papel, o que torna a experiencia multisensorial, para além do texto temos a cor das folhas, o cheiro do papel, o som do folhear. E imagine-se só, papel é somente papel! =p
PS: as minhas consultas (quase diárias) ao blog têm sido sabotadas, pelo palerma do computador, que nao actualizava a página, e eu a pensar que tu é que não escrevias... mas afinal não.