quarta-feira, dezembro 26, 2007
Joyeux Noel!
domingo, dezembro 23, 2007
Prenda de Natal
Feliz Natal...
Valete Frates
sábado, dezembro 22, 2007
7 Bandas - Nirvana
A banda era composta por três elementos: Kurt Cobain (vocalista/guitarrista), "Krist" Novoselic (baixo) e Dave Grohl (baterista). Tudo começou com a amizade entre Cobain e Novoselic enquanto ainda andavam no liceu, o qual Kurt deixou antes de ser finalista.Os dois com a ajuda de alguna amigos conseguem gravar uma demo que lhes garantiu um contracto com a produtora Sub Pop. Gravaram alguns singles e mais tarde, com um orçamento muito reduzido (na ordem dos 5 mil dólares), gravam o primeiro disco Bleach.O disco não vendeu muitas cópias, mas foi o início para algo maior.Os dois rapazes precisavam de um baterista fixo, e com o fim da banda de Dave Grohl, juntou-se o útil ao agradavél. Dave entra para a banda em 1990, e passa uns primeiros tempos algo dificeis, dividindo um apartamento depressivo com um Kurt que dava a sensação que a cada dia que passava perdia mais um pouco da sua saúde mental.
Kurt começou a namorar com a Tobi Vail membro da banda, Bikini Kill, após uma amizade de um ano. Certo dia quando uma amiga de Tobi visitava o apartamento escreveu num espelho "Kurt smells like teen spirit!"(uma marca de desodorisante muito popular entre os jovens da altura), e assim estava dado o nome para uma das canções que viria a mudar o mundo.No ano de 1991 sai Nevermind. O single de estreia Smells like teen spirit foi uma bomba, o videoclip são 5 minutos de da maior crueza e dureza possíveis. Consta que para a gravação do vídeo foram pedidos a alguns jovens fãs para comparecerem no local de gravação para assim poderem aparecer no mesmo. Quando chegaram ao local foi-lhes pedido para esperarem e ensaiarem alguns movimentos. Depois de decorrido quase meio-dia, fartos de esperar e de lhes dizerem o que fazer a juventude revoltou-se e começou a libertar-se, a dançar, a cantar e a mexer como lhes passava pela cabeça. Resultado, um dos melhores vídeos de sempre.Todo o disco Nevermind é um verdadeiro manifesto, contra a sociedade, contra os pais, contra a própria adolescência. Fala das mudanças físicas e intelectuais dos jovens durante a sua adoslecência, sem medos, sem tabus...Um verdadeiro berro de alerta, um aviso para um mundo que os olhava de lado, com desconfiança, completamente alheio aos seus problemas de afirmação dentro de um meio psico-social. Foi por esta altura que todos os temas tão diversos e adjacentes à adolescência, passaram a ser discutidos, e a própria idade em si passou a ser olhada com outros olhos. Os Nirvana foram o óleo da engrenagem.
Após todo o sucesso do segundo disco, começaram as digressões e consequentemente os abusos...
Não será preciso dizer mais nada, a história já foi ouvida em várias gerações e aquela não havia de ser diferente. Os homens do Rock andam sempre com as drogas atrás.
Entretanto Kurt Cobain juntou-se com a sua futura esposa Courtney Love, e assim se juntaram os Reis do Grunge, acima de todos os súbditos, quase como semi-deuses da juventude.Os Nirvana gravaram novo álbum In Utero que apenas veio cimentar a sua posição, todavia foi no MTV Unplugged que tiveram o derradeiro momento de graça após Nevermind. Num concerto ao vivo numa atmosfera muito intíma e intensa, com velas e arranjos florais por todo o lado, fazendo com que o concerto mais parece-se um velório.
Foi aqui que o lado mais macio, mais suave dos Nirvana se revelou, completamente diferente de tudo aquilo visto até então realizado por eles.
Kurt mal levantava a cabeça, e sempre com uma expressão sofria enquanto cantava as letras que tinha escrito, de uma forma para a qual não existem palavras para descrever.
Foi uma das mais belas despedidas de sempre, já que a 5 de Abril de 1994 Kurt Cobain suicidou-se, o fim anunciado pelo destino que atraiçoa muitas vezes quem é jovem e famoso e com medo do mundo.
Construiram-se mil e uma teorias de conspiração, estando como é óbvio a sua também "atribulada" mulher Courtney Love envolvida no meio.
Em 2002 saiu Nirvana, o disco com os melhores êxitos da banda que voltou a lançar para a ribalta o nome de tal banda. Provando que para sempre ficaram letras, músicas e vídeos como este:
Smells Like Teen Spirit - Nirvana
Valete Frates
sexta-feira, dezembro 14, 2007
Chico Buarque e Nara Leão - A banda
Nele conseguimos ver um muito jovem Chico Buarque e Nara Leão, mas peço especial atenção para os primeiros 2 minutos do vídeo, (pois os dois minutos seguintes são um pouco pimba) aí apenas Chico e seu violão aparecem, encantam a multidão, e ponhem um enorme auditório a dançar e a cantar. Mágico.
Uma música verdadeiramente festiva e onde dá para ver a alegria do povo a ouvir e a sentir a música.
É mesmo um vídeo 5*.
Valete Frates
quarta-feira, dezembro 12, 2007
Quinteto Tati - Suor e Fantasia
Bem a música é um original, e a banda portuguesa, mas a música...
Bem digamo que faz lembrar muito a canção Samba e Amor de Chico Buarque. Também uma coisa é certa, o Sr. JP Simões (antigo vocalista da banda) é fã de Chico Buarque (ultimamente até deixou crescer um bigode a fazer lembrar o do Chico nos anos 70).
Mas a música é boa e recomenda-se, assim como o Chico Buarque e como o último disco a solo do JP Simões.
(Recomenda-se que coloquem o aúdio mais alto)
Valete Frates
domingo, dezembro 09, 2007
7 Bandas - Smiths
De volta às grandes causas, e desta vez, a banda escolhida foi os Smiths, os reis e senhores da música indie, grandes impulsionadores do brit-pop. A banda que influênciou todas as bandas que hoje em dia são grandes (Suede,Radiohead,Stone Roses, Oasis...). Misturava como ninguém a música com a letra, muito devido aos dois génios da fotografia em cima. Enquanto Marr fazia verdadeiros hinos de canção pop, Morrissey escrevia letras tão profundas, sinceras e intensas, que faziam qualquer ser humano estremecer quando as ouvia.
Vamos então falar da banda que em apenas 5 anos de história (peço-vos atenção à ordem cronológica) mudou a face da música, e marcaria uma geração.
Morrissey com 22 anos ficou supreso com a visita, todavia mandou-o entrar. Foram até ao quarto de Morrissey onde este afirmou "ter passado toda a adolescência em frente a uma máquina de escrever".
Depois de uma conversa em que descobriram gostos similares, decidiram juntar-se formar uma banda. Anos mais tarde Morrissey definiu esta visita como um "salvamento da morte".
Mais juntaram-se Mike Joyce e Andy Rourke, e agora já poderiam ser uma verdadeira banda.Decidem optar pelo "Smiths", ora Smith (em português Silva), é o mais utilizado e mais banal apelido em Inglaterra. A sua escolha deve-se aos nomes complicados e pomposos que as bandas da altura começavam a escolher (que os Depeche Mode são um exemplo).
A banda no fundo era o fruto da mente de 2 génios musicais, Marr e Morrissey, que embora fossem bastante diferentes (Morrissey era um verdadeiro excêntrico,tímido e introvertido, e Marr um rapaz simples e lingrinhas), sofriam uma dependência mútua muito grande.
Uma última curiosidade, consta que a banda na hora de encontrar uma editora, bateu à porta da famosa Factory Records (Joy Division, A Certain Ratio, Happy Mondays...), mas que na altura o patrão da Factory, o não menos famoso Tony Wilson recusou contratá-los pois achava que eles seriam demasiado grandes para aquela editora. Mais tarde a banda assinaria pela também mítica Rough Trade, famosa pela sua tendência indie.
O primeiro disco sai em 1984 com o nome The Smiths. Na capa um dos heróis de Morrissey, James Dean.
O albúm ganhou atenção instantaneamente, devido à riqueza e factor polémico das suas letras. Morrissey escrevia letras com bastantes referências bibliográficas, escritores como Oscar Wilde, Jack Kerouac, eram grandes inspirações. Todavia a canção The hand that rocks the cradle, inspirada em vários poemas especula-se que seria sobre pedofilia. Tal facto foi prontamente negado pela banda (jornalistas que não têm nada para fazer).
Ao longo desse ano a banda lança vários singles, todos eles com bastante sucesso. São exemplos disso William, it was really nothing e a minha favorita How soon is now?.
No meio deste ascenção vertiginosa, a banda sofre a primeira perda, Joe Moss o manager da banda, o homem que mostrou o documentário a Johnny Marr decide afastar-se, pois repara que a sua relação com Johnny Marr começa a ter reflexos no comportamento de Morrissey, que se torna cada vez mais possessivo em torno do génio de Marr.
Em 1985 sai Meat is Murder, título alusivo ao facto de Morrissey ser um vegetariano "extremista", consta que proibiu os outros elementos da banda de serem fotografados a comer carne. Mas mais importante que isto é o facto do começo da politização das letras.É nesta altura que a crítica política começa. Os Smiths começam a disparar para todos os lados, para o corporativismo, para o castigo corporal nas escolas, para o governo de Margaret Thatcher (mas será que houve algum músico que gostasse dela?) que por aquela altura invadiu a Etiópia, e contra a realeza britânica tema que seria revisitado no próximo disco. Musicalmente Marr é impressionante. Mistura temas musicais muito dispersos como o rockabilly, o punk, o rock, a balada, a música de dança, e mantém aquele gosto aquele travozinho tão indie, tão próprio dos Smiths. No fundo a música de Marr é complemento perfeito para as letras de Morrissey. Só uma música de Marr consegue controlar o ouvinte de criar uma revolução imposta pelas letras de Morrissey.
(Capa do disco The Queen is Dead)
Pouco tempo após a saída promocional Bigmouth strikes again, sai em 1986 a obra-prima da banda. The Queen is Dead.
Se as letras marcaram o albúm anterior, neste a música dominou. Eram algo de verdadeiramente contagiante, os riffs da guitarra, a simplicidade melódica, a facilidade de bater o pé ao ouvir as músicas eram algo de impressionante. Uma experiência única.
Não se fique a pensar que as letras de Morrissey desiludiam, pois como já disse estes génios eram completamente dependentes. Morrissey mantinha a crítica à monarquia, parafraseva tudo o que lhe interessava, livros, filmes, fait-divers, utilizava o humor mordaz...tudo isto pode-se entender como as figuras de estilo da sua escrita.
Todas as música do disco são muito boas mas essenciais são There's a light that nevers runs out e The Boy With the Thorns in is side.
A cumplicidade entre Morrissey e Marr era avassaladora. Num programa de televisão inglês apareceram com brincos iguais, Marr usava o seu na orelha esquerda e Morrissey na direita. por esta altura começam também a surgir alguns problemas, Rourke é despedido devido ao seu vício em heroína. Entretanto saem os singles Shoplifters of the world unite, The World Won't Listen (onde Morrissey se queixa da falta de reconhecimento),
Em 1987 sai o seu último registo, Strangeways, Here We Come. O título é inspirado numa comédia e na prisão de Manchester (Strangeways). E aqui começa-se a notar que nem tudo vai bem no reino da Dinamarca. A letra da música I won't share you pensa-se que foi escrita por Morrissey sobre Marr. Morrissey demonstra-se ciumento por Marr trabalhar com outros artistas.
Quando questionado pela intrepertação da canção Marr respondeu:"...não sou de ninguém para ser partilhado...".
Marr compõe as músicas da ode de despedida. E que bela ode saiu. I Keep Mine Hidden, Girlfriend in a Coma, e Last night I dream't that somebody loved me serão sempre músicas para recordar, carregadas de significado e sinceras.Depois do lançamento aconteceu uma reacção em cadeia que Marr apelida de "acontecimentos internos que acabaram com uam miséria desnecessária". Uma série de factores começou a causar cisões entre a amizade de Marr e Morrissey. Até que Marr decide dar uma abanão. Pede à banda para redirecionar a sua imagem e o seu som, coisa que foi intrepertada pelos seus colegas como uma resignação. Marr decide então afastar um pouco da banda sempre na esperança que eles fossem atrás dele, aceitando as suas ideias. Todavia a banda continuou.
Esta separação afectou bastante todos os elementos da banda, mas Morrissey, com o seu coração tremendamente sensível e frágil, foi o reagiu pior.
Isto, na opinião de modesto ser humano, foi um enorme mal-entendido. Coisas que ficaram por dizer cara-a-cara, e que no final vieram pelas bocas de outras pessoas. Exemplo disso foi a forma como Marr foi afastado de vez da banda. Através de um comunicado libertado pela editora e nunca da boca dos seus colegas.
E assim tudo acabou e entra em campo o orgulho doentio. Os elementos da banda foram para tribunal em disputa pelos direitos musicais, e monetários.
Morrissey através do sarcasmo e mordacidade como sempre ia mandando as suas "bocas", dizendo que: "Antes preferia comer os meus próprios testículos do que voltar a juntar-me com os Smiths..." frase que completou dizendo:"...e isto vindo de um vegetariano quer dizer alguma coisa."
Todavia tanto Morrissey como Marr sempre admitiram que eles eram o coração e a alma da banda.
Nos dias de hoje Morrissey tem uma interessante carreira a solo, continuando a mostrar na sua letra o seu coração medroso, e há muitos anos partido. Marr continua a ser um embaixador da música militando agora na banda americana Modest Mouse. Recentemente a banda recebeu propostas milionárias (na ordem dos milhões de libras!!!) para se reunirem, mas que tanto Marr como Morrissey refutaram dizendo que seria a reunião pelas razões erradas.
Todavia há esperança no ar, já que Marr afirmou:"Mas no futuro quem sabe? Já aconteceram coisas mais estranhas..."
E com esta ideia percorrendo-me a cabeça que acaba a história deixando a letra de How Soon It's Now?, que qualquer parecença com alguém vosso conhecido não passa de mera coincidência:
How Soon Is Now? - The Smiths
I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am human and i need to be loved
Just like everybody else does
I am the son
And the heir
Of a shyness that is criminally vulgar
I am the son and heir
Oh, of nothing in particular
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am human and i need to be loved
Just like everybody else does
Oh ...
Oh ...
There's a club, if you'd like to go
You could meet somebody who really loves you
So you go, and you stand on your own
And you leave on your own
And you go home, and you cry
And you want to die
When you say it's gonna happen "now"
Well, when exactly do you mean ?
See, i've already waited too long
And all my hope is gone
Oh ...
Oh ...
You shut your mouth
How can you say
I go about things the wrong way ?
I am human and i need to be loved
Just like everybody else does
Ok ?
Valete Frates
quarta-feira, dezembro 05, 2007
Mais uma sugestão de natal...
Só uma pequena nota, se calhar já repararam, que 90% das vezes que ponho um vídeo ou uma foto neste blog, são sempre mulheres loiras (desta vez é a Charlize,haaa...Charlize...), só queria dizer que não tenho nada contra as morenas (antes pelo contrário), mas as loiras...Eh pá, mexem comigo. Posso dizer que sou a prova viva, que os homens preferem mesmo as loiras.
quarta-feira, novembro 28, 2007
Este Natal quero uma Scarlett no sapatinho
Na reedição, a cores e em vídeo do anúncio do perfume Eternity, e visto a chegada do Natal eu quero fazer o meu pedido.
Pai Natal, podes dar o perfume a outro menino, eu preferia uma Scarlett no sapatinho.
Valete Frates
Música do mês
Everybody's got something good to say
segunda-feira, novembro 26, 2007
SE7EN
Valete Frates
domingo, novembro 25, 2007
8 1/2 de Fellini
Todavia quando cheguei a casa estava a dar um documentário sobre o cinema italiano (mais tarde deu um sobre a revolução russa e a URSS, que por sinal também estava a ser muito bom, mas o sono levou a melhor), o documentário era assinado por Martin Scorcese e tinha o nome "A minha viagem a Itália". O último filme documentado foi o 8 1/2 de Fellini.
Ora no final, para além de ter ficado com uma vontade enorme de ver o filme e de ser o Sr. Marcelo Mastroianni, fiquei também com vontade de passar a mensagem da mesma forma que o narrador passou para mim.
Só para vos dar um cheirinho da história (e porque ainda não vi o filme), posso dizer que se trata de um filme praticamente auto-biográfico, onde a personagem experiência as mesmas situações que Fellini passou, o nome do filme advém do facto da personagem ter feito 8 filmes e mais um episódio, prefazendo o 8 1/2. Mas o filme é muito mais que uma biografia, é arte, é a descrição do processo de criação da mesma, as pressões que todos colocam no cineasta (incluindo a dele próprio), a procura da musa inspiradora da criatividade...
Tudo isto retratado na forma única de um dos maiores mestres do cinema, que recorre a diversos elementos técnicos e psicológicos (o constante recorrer ao surrealismo), para tornar o filme numa experiência maravilhosa.
Colocando nas palavras do narrador:"É um filme sobre filme, e que não podia existir fora do filme."
Deixo aqui o clip da cena inicial, que espero vos aguce o apetite como me fez a mim, e também uma nota. No meio do lixo constante que nos tentam impingir diariamente, tentando rutulá-lo como "cultura" e/ou "entretenimento", é bom saber encontrar coisas realmente boas e fazer um esforço para as compreender. Verão que quer compreendam quer não, no final do filme, o vosso intelecto foi exercitado, e sairam com um ideia ou outra diferente do que quando começaram a ver o filme.
Se quiserem podemos ver o filme juntos. ;)
segunda-feira, novembro 19, 2007
David Lynch
Deixando ideias no ar como, através da meditação tornarmo conseguirmos ser mais criativos, mais inteligentes, mais energéticos....Incluir a meditação nos planos curriculares das crianças que automaticamente está ligada há paz mundial, consciência, desenvolver o potencial do ser humano, enfim coisas que só vêem estragar as nossas vidas, não é?
Para mim o exoterismo, é algo de muito peculiar.
Consegue dar sentido a coisas que parecem não fazer sentido nenhum, mas que vendo bem, e com uma boa capacidade de intrepertação, conseguem ter mais sentido do que qualquer realidade por nós experimentada.
Estamos tão entropercidos nesta nossa "realidade", que já nem vemos o quanto insanas são as nossas atitudes.
Que vos parece ser mais desprovido de sentido?
Um homem tentar num momento, expressar em palavras inexistentes aquilo que o prende, que o apoquenta? Ou um homem passar toda a sua vida a desenvolver tecnologia, para que depois possa ser usada para matar milhões?
Pensei bem na insanidade...
Ora para vos tornar melhores seres humanos deixo aqui o vídeo com o muito sábio David Lynch.
Por favor façam um esforço para entender...
Ah, e o vídeo também está em inglês.
David Lynch talks
Valete Frates
domingo, novembro 18, 2007
7 Bandas - Pink Floyd
Sem dúvida alguma os Pink Floyd são grandes, mesmo muito grandes.
Têm o segundo disco mais vendido de sempre (!!!) (Dark Side of the Moon), uma das discografias mais completas, um filme, e cerca de 200 milhões de discos vendidos.
Ora obviamente que isto das drogas é um mundo tortuoso e de fácil perdição, para dar um exemplo ambos nomes referidos acima morreram com 30 anos(!!!), Syd está fora desse leque (morreu há pouco tempo com 60 anos), mas uma certa trip iria mudar a sua vida para sempre.
De um momento para o outro o seu comportamento começou a tornar-se ainda mais estranho,e misterioso, chegava atrasado aos ensaios e gravações, aparecia em público visivelmente exausto ou frenético e chateado...
Ora segundo consta, aqueles eram circulos que a banda não frequentava (hmm...não me parece...), e então os managers decidiram dizer que Syd teve um esgotamento nervoso e mandaram-no para umas férias em Espanha.
Quando Syd voltou, ouvia-se as histórias que ele tinha ido para lá dormir em cemitérios.
Ora a banda decidiu continuar sem ele, Gilmour começou a tomar conta dos vocais, e começaram a cantar as músicas que Syd escrevera, sem Syd para as cantar. Certa vez Syd apareceu a um clube mirando Gilmour enquanto este cantava as suas músicas. Consta que este episódio irritou bastante Gilmour.
Waters entretanto decidiu abandonar a universidade e dedicar-se de corpo e alma à banda. Foi ele que teve a coragem de afastar Syd Barrett de cena.
Em 1971 sai novo disco, uma preparação para a revolução musical que o próximo registo viria a causar.
Posto isto em 1973 sai um dos melhores discos de sempre, Dark Side of the Moon.
Uma das melhores experiências sonoras de sempre, com 10 músicas que podem mudar a vida de uma pessoa em cerca de 45 minutos.
Mas que tinha assim de tão especial?
Mas que é isso?
Resumindo Dark Side of the Moon é algo que devia ser obrigatório qualquer ser humano ouvir, daquelas coisas que devia fazer parte do plano curricular da disciplina de inglês, ou de filosofia. É algo mesmo maravilhoso, é fechar os olhos e escutar. Escutar o mundo, a vida, a sociedade, o individuo. É impressionante o virtuosismo de Gilmour com a guitarra, os teclados a criar o ambiente, e toda aquela nuvem sonora, recheada de cheiros e lugares.
Num plano mais didáctico, e falando dos mitos de volta deste registo, consta que Dark Side of the Moon e o filme "Feiticeiro de Oz" fazem uma boa parelha. Segundo o mito se se colocar o disco a tocar a uma dada altura do início do filme, consegue-se que cerca de 100 falas coincidam. Fica a deixa para quem quiser experimentar.
Outros discos muito bons sairam, mas há mais um do qual sou obrigado a falar, The Wall.
Crítica abertamente o sistema educacional inglês (que anos mais tarde foi importado para Portugal), dizendo que diminuiu a individualidade dos alunos ingleses, conformando-os a moldes e negando-lhes a oportunidade de ser criativos, esta tomada de posição causou bastante polémica na Inglaterra da "Dama de Ferro", Margaret Tatcher.
Num plano psicanalítico, com a canção Mother, conta a história de um rapaz cujo amor materno, chega a ser sufocante, transformando o rapaz na vida adulta, uma pessoa incapaz de ligar com os problemas que lhe aparecem.
O tema chave desta vez é a solidão e o isolamento. Aliás para melhor contextualização do disco, o filme pode ajudar.
No filme a personagem principal, vai criando um muro à sua volta, que representa o seu afastamento emocional das pessoas (para mais informações ver um dos meus primeiros posts).
Veio o rancor, ciúme, os insultos, lutas judiciais e um enorme diferendo entre David Gilmour (novo lider) e Roger Waters.
Ambos começam a tentar sabotar as carreiras um do outro, criticando a forma de tocar, desafiando-se publicamente com Gilmour a pegar no porco balão (adereço sempre usado por Waters) e colocando-lhe um par de testículos.
No fundo nenhum podia viver sem o outro. David Gilmour precisava do idealismo e brilhante capacidade de escrita de Waters, Roger Waters precisava da maravilha sónica da banda, para contextualizar as suas ideias.
Em 2005 Bob Geldof liga a David Gilmour e pergunta se a banda não quereria juntar para o Live 8. David diz que não. Dias depois Roger liga a David e diz para se colocarem as diferenças de lado, que o objectivo da reunião é mais importante que as suas diferenças. Gilmour aceita a ideia e o mais uma vez o inacreditavél acontece com a reunião da banda. Foi uma noite recheada de significado, a reunião de uma banda que tinha passado mais tempo separada do que a tocar junta. No momento da noite, em que Waters e Gilmour juntaram as vozes para cantarem Wish you were here. Tributo ao homem que os inspirou para se juntarem naquele momento. E para Waters?"O saldar de uma dívida antiga..."
Clara referência a Syd Barrett, o habitante das sombras da banda.
Para terminar e porque a história de Syd Barrett é algo que não só merece ser contado, como deve ser contado, vou contar um pouco da sua história.
Coração Selvagem - 2ª Parte
Em continuação ao vídeo anterior, a parte do fim do filme.
Durante o filme Lula pede a Sailor para lhe cantar a canção "Love me Tender" do Elvis Presley, mas este recusa-se. Ele diz que só cantará essa canção há mulher que casar. Bem parece que ela sempre ouviu a música.
Nicholas Cage deve ter ficado bastante contente de fazer esta cena, uma vez que é um fã fervoroso de Elvis.
Um momento bastante amoroso, para um filme simplesmente diferente.
Espero que tenham gostado, especialmente da fada e do nariz do rapaz.
Valete Frates.
P.S.: Este foi o meu 100º post, mas quem está a contar???
Coração Selvagem - 1ª Parte
Ora andava eu a procurar coisas pelo "tubas" quando encontrei estes dois clips do filme de David Lynch "Coração Selvagem", com uns jovens Nicholas Cage (Sailor), e Laura Dern (Lula), nos principais papeis. Um excelente filme para entrar no misterioso, simbólico e estranho universo "Lynchiano".Peço desculpa pelas legendas estarem em alguma língua na qual ainda sou totalmente leigo, portanto está na hora de dar um pouco de uso ao inglês.
P.S.:Neste filme,só falta um bigodaço ao Nicholas Cage para ser um dos gajos mais duros do cinema, o casaco pele de cobra ele já tem.;)
sábado, novembro 17, 2007
Rádio *Kisses*
1. VHS or BETA - Night on fire
2. Justice - DVNO
3. Phoenix - Too young
4. New Order - Temptation
5. MSTRKRFT - She good for business
6. Rihanna - Don't stop the music
7. Hellogoodbye - Here in my arms
8. The Smiths - Sweet and tender hoolingan
9. The Police - Can't stand losing you
10. The Doors - People are strange
11. QOTSA - Hangin tree
12. Dimitri from Paris - Souvenir de Paris
13. Digitalism - Zdarlight
14. Depeche Mode - Policy of truth
15. The Ramones - Blitzkrieg bop
16. Interpol - NYC
17. Portishead - Give me a reason to love you
18. Chris Isaak - Baby did a bad bad thing
19. Franz Ferdinand - Darts of pleasure
20. Blondie - X Ofender
21. The Cure - Killing an arab
Valete Frates
quarta-feira, novembro 14, 2007
7 Bandas - Depeche Mode
Que ainda estão todos vivos?
Após várias alterações nos seus elementos, apenas três restam. Dave Gahan (vocalista), Martin Gore (o mais brilhante faz-tudo do mundo), e Andrew Fletcher (teclados).
Em 1987 sai o espetacular Music for the Masses um álbum brilhante produzido, com som bastante mais polido do que os ínicios e a etapa dos singles. As letras de Martin tinham ficado mais maduras também, reflectindo problemas e situações reais, coisas com que qualquer pessoa se pode identificar, e tudo muito na cara, pouco se escondiam nas suas letras. Fletcher criava o ambiente sonoro perfeito para acompanhar as letras, com os sintetizadores em lugar de destaque, criando uma verdadeira orquestra eléctrica, afastando-se um pouco da New Wave. Dave era o "front-man" ideal. Começava a mover-se em palco como um verdadeiro artista, tinha uma voz ligeiramente rouca, e bastante enquadra tanto com as letras como com o som da banda. Mais umas vez ficam os registos de verdadeiros exemplos de singles como Strangelove, Behind the wheel, e o meu preferido Never let me down again, todavia este disco não valia apenas pelos seus singles mas começava a olhar-se para o todo.
Outro sucesso, se bem que mais comedido que o anterior.
Gore tinha as suas múscias prontas para gravação, mas Gahan afastava-se, demorava montes de tempo a gravar as suas partes, a heroína estava a comer-lhe o cérebro.
Cada vez mais ele se afundava dentro de si mesmo, e isto reflectia-se na banda como é óbvio. Passava horas fechado no seu quarto, ouvia vozes, e essas coisas todas que advém do consumo diário de drogas. Todo o seu comportamento auto-destrutivo culminou em 1995, quando ele tentou suicidar-se com uma lâmina. Isto foi o necessário para que ele entrasse para uma clínica de reabilitação e se pusesse em forma para voltar para a banda.
Na ressaca deste episódio, a banda lança um novo registo, Ultra, bastante mais negro, a roçar o gótico. Até custava a crer que esta mesma banda tinha feito alguma vez música festiva na sua carreira. It's no Good foi a música de mais sucesso, falando do amor e inevitável confirmação do destino traçado.
Demorou um pouco ao Depeche Mode a recuperar em termos musicais, os momentos dificeis de Gahan. Em 2001 sai Exciter um bom disco mas que não causou muito alarido, mas de onde mesmo assim se retiram dois excelentes singles Dream On e Free Love.
Quanto a influências, bem...
São mesmo muitas, que vão desde do synth-pop, até pelo rock mais pesado.
Os Pet Shop Boys revelaram que Violator foi uma grande influência no seu trabalho, os Deftones e Marylin Manson também referem os Depeche Mode, tendo o último inclusive se ter revelado um verdadeiro fã, tendo até já feito covers de músicas.
Nos The Killers, Green Day e os The Bravery também se nota a sua influência.
Mas mais importante que isto, é a sensação que, tudo o que é música electrónica se rege pelos Depeche Mode.
Para terminar deixo aqui uma letra para poderem avaliar o brilhante lírico que é Martin Gore. Esta é dos inícios mas já dá para ver o seu génio.
Shake the Disease - Depeche Mode
I'm not going down on my knees,
Begging you to adore me
Can't you see its misery
And torture for me
When I'm misunderstood
Try as hard as you can,
Ive tried as hard as I could
To make you see
How important it is for me
Here is a plea
From my heart to you
Nobody knows me
As well as you do
You know how hard it is for me
To shake the disease
That takes hold of my tongue
In situations like these
Understand me
Some people have to be
Permanently together
Lovers devoted to
Each other forever
Now I've got things to do
And I've said before that I know you have too
When I'm not there
In spirit I'll be there
Here is a plea
From my heart to you
Nobody knows me
As well as you do
You know how hard it is for me
To shake the disease
That takes hold of my tongue
In situations like these
Understand me
Valete Frates
terça-feira, novembro 13, 2007
Uma voz que se calou...
domingo, novembro 11, 2007
7 Bandas - Joy Division
Banda sediada em Manchester, percurssionadores do pós-punk, e das maiores influências do panorama musical. Sem dúvida uma das bandas mais importantes do século XX.
Ora, segundo reza a história, os seus elementos conheceram-se num mítico concerto dos Sex Pistols. Ian Curtis (vocalista), Peter Hook (baixista), Bernard Summer (guitarrista), conheceram-se nesse mesmo concerto e formaram uma banda, que na altura chamaram de Warsaw. Mas faltava algo... um baterista. É aí que entra em cena Stephen Morris, e por fim a banda fica completa.
Mas o nome teria que mudar, e eles optaram por algo de polémico...Joy Division.
A polémica prendia-se com os tempos da alemanha nazi, em que grupos de soldados violavam mulheres com o intuito de formar a famosa raça ariana.
Durante algum tempo a banda foi apelidada de neo-nazi, e de representar ideais facistas. Tal fama foi tão grande que durante uns tempos a banda para onde quer que fosse actuar arrastava sempre legiões de skinheads, que não estavam pela música, mas para tentar agregar ao seu movimento, aquele estilo musical que trazia tanto de novo...
Ora a banda parece que odiava de tal forma este público, que num concerto até se envolveram numa cena de pancadaria com estes seres.A banda foi das primeiras a assinar pela mítica produtora de Tony Wilson (Factory Records), que pela lenda obrigou Tony Wilson a assinar o seu contracto com o seu próprio sangue. Entraram para estúdio para gravar o seu primeiro albúm, cuja produção ficou a cargo do Sr. Martin Hannett. O albúm era algo de completamente novo, nunca ouvido até então. A bateria era feita de pancadas secas e vigorosas. O baixo era uma verdadeira linha condutora, entranhava-se no corpo de uma tão poderosa, não fosse Peter Hook apelidado mais tarde pelo baixista que queria ser guitarrista principal. A guitarra leva a cabeça para outros locais, que mexia com a alma, tornava-nos inquietos. No coração estavam as letras de Ian Curtis, que falavam de sentimentos complexos, degradação urbana, isolamento, problemas existencialistas, um pouco niilistas até, e é claro também de amor. A voz do mesmo era robótica como a bateria, negra como o baixo, e metálica como a guitarra.
O albúm chamava-se Unkown Pleasures...que indicado...
Depois da saída do albúm eles foram fazer o quê? Dar concertos como é claro.
E nas actuações ao vivo, Ian era eléctrico. Ele que no início era bastante tímido, chegando a cantar de costas para o público, agora era um verdadeiro animal. Dançava como se algo o tivesse possuído. Muitas vezes a sua actuação confundia-se com a sua epilepsia, que consoante o tempo se ia agravando. Certa vez teve um ataque que causou bastante apreensão no interior de todos aqueles que o rodeavam.
Acaba a digressão estava na hora de regressar a estúdio e gravar o próximo albúm, Closer. Tudo estava a correr bem, o albúm parecia que ia ser outro tremendo êxito, e com o lançamento deste a primeira digressão americana estava já marcada.
Os Joy Division estavam na linha do sucesso.Ora apartir daqui a história torna-se num drama. Ian como qualquer verdadeiro génio musical, tinha os seus problemas, principalmente com o álcool. E esse individuo nunca é bom ajudante. Começa a ter também problemas com a sua mulher Deborah, da qual já tinha uma filha, e já tinha arranjado novo amor na sua vida, Annik.
Muito se fala do fascínio que personagens como Jim Morrison, Jimmi Hendrix e outros tinham na sua pessoa. Ele adorava o facto de todos eles terem morrido jovens, terem morrido no seu auge, e por isso serem vistos como verdadeiras lendas. As letras por si escritas tornaram-se ainda mais assustadoras, embora, como Peter Hook disse numa entrevista recente, os restantes elementos da banda eram demasiado jovens e nunca pensaram que ele escrevia sobre ele próprio, mas sim que encarnava certas personagens para poder escrever as suas letras. Parece que Ian era o verdadeiro poeta fingidor. Nas palavras de Pessoa, fingia que era dor a dor que deveras sentia.
Isto tudo era um verdadeiro cocktail para o desastre, e assim foi.
Em Maio de 1980, um dia antes de partir para a digressão americana, Ian Curtis com 23 anos (!!!) enforcou-se na sua cozinha, enquanto via o filme de Herner Herzog: Stroszek, e ouvia o disco de Iggy Pop: The Idiot, quem quiser que tire as suas elações.
O último albúm da banda, Closer, saiu umas semanas após a morte de Ian Curtis.
Das cinzas ergueram-se os New Order, composta pelos restantes elementos da banda, que cumprindo uma promessa que se algum deles morresse os outros não continuavam com o mesmo nome da banda.
Mudaram também de estilo. Tornaram-se mais alegres, mais pop, e mais uma vez foram os percurssores de um novo estilo de música, a música de dança. Blue Monday o seu single com mais sucesso, fala da morte de Ian, e a forma como lidaram com ela.
Quem sabe? Poderia ser um virar de página. Nunca se saberá.
Fica uma letra fantástica escrita por Ian Curtis.
This is why events unnerve me,