sábado, maio 24, 2008

Assuntos Pessoais


Inspirado pela leitura de um blog muito interessante, decidi colocar um poema que tem uma nota bastante pessoal para mim. Não tenho muita cadência para as rimas, todavia tenho a sorte de encontrar sempre as palavras certas que outros escreveram e que penso que me personificam na perfeição.
Faço minhas as palavras do poeta/filósofo Antero de Quental.

AMARITUDO

"Só por ti astro ainda e sempre oculto,
Sombra do Amor e da Verdade,
Divago eu pelo mundo e em ansiadade
Meu próprio coração em mim sepulto.

De templo em templo, em vão, levo o meu culto,
Levo as flores duma íntima piedade.
Vejo os votos da minha mocidade
Receberem somente escárneo e insulto.

À beira do caminho me assentei...
Escutarei o passar agreste do vento,
Exclamando: assim passe quanto amei! -

Oh minh'alma, que cresce na virtude!
O que será velhice e desalento,
Se isto se chama juventude?"

Não pretendo com isto iniciar nenhuma nova rúbrica, muito menos começar um ciclo de lamentos e queixas, não faz de todo o meu estilo. Apenas quero mostrar mais um bocadinho da minha pessoa.

Valete Frates

2 comentários:

crazy_girl disse...

Todos somos duros, todos somos frágeis, todos fomos meninos e quisemos crescer rapidamente, todos somos adultos que querem ser crianças... Todos temos em nós mil e uma facetas, que vamos alternando..
É bom saber que este blog é multifacetado, e que tu vais alternando as tuas facetas também...

(já não bloqueia, fizeste algo? ou o problema era do meu pc?)


Bjokas ;)

Jack Blake Love disse...

Compreendo o que dizes, e tens razão. Mas neste caso específico é mais um estado de espírito que sempre me acompanhou. Incompreensão, alineação, inquietude. É algo díficil de explicar. Quando me sinto assim vem-me sempre à cabeça pessoas como Fernando Pessoa, António Variações...Até que encontrei este poema, que penso ser perfeito para descrever esse sentimento um pouco disperso.

Beijo
(Eu não fiz nada, talvez tenhas um virusito a meter nojinho. ;))